PROTESTO DE POLICIAS TEM ECO NO GOVERNO

policiaO ministro da Defesa Nacional reconheceu hoje o direito de os polícias se manifestarem mas advertiu que os sacrifícios pedidos aos portugueses são transversais e que em matéria de salários e pensões não pode haver tratamento diferenciado.
Esta foi a resposta de José Pedro Aguiar Branco aos jornalistas, no final de uma visita ao Colégio Militar, em Lisboa, depois de questionado sobre se as reivindicações das forças de segurança, que se manifestaram quinta-feira frente ao Parlamento, serão ouvidas pelo Governo.
Para José Pedro Aguiar-Branco esta é uma questão transversal e atinge todos os setores, não estando focalizada num setor em particular, seja polícias ou militares, considerando que deve haver solidariedade no que toca às exigências para ultrapassar a crise.
Já antes, o deputado social-democrata, Fernando Negrão, em declarações no parlamento, defendeu que o protesto foi uma manifestação importante, que revelou preocupações sérias por parte dos elementos das forças de segurança, o que quer dizer que isto tem eco no Governo e o executivo não deixará de continuar o diálogo que tem tido e acentuar mesmo esse diálogo com as associações sindicais ligadas às forças de segurança.
O deputado lembrou o reforço dos montantes da comparticipação anual da GNR e da PSP na aquisição de fardamento, aprovado no Conselho de Ministros desta semana, acreditando que “de pequenas coisas se fazem grandes soluções”.
Milhares de elementos das forças e serviços de segurança que se manifestaram frente ao parlamento, numa ação de protesto em que a tensão foi elevada, com manifestantes a conseguirem invadir parte da escadaria da Assembleia.
Durante os protestos, foram registados 10 feridos e duas pessoas identificadas por desacatos frente ao edifício-sede da democracia portuguesa, onde culminou a marcha que começou no Marquês de Pombal e foi promovido pela Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, estrutura que congrega os sindicatos mais representativos da GNR, PSP, ASAE, SEF, Guarda Prisional e Polícia Marítima.