

O presidente da Comissão Europeia lamentou que exista “uma tentação de europeizar os fracassos e de nacionalizar os sucessos, durante uma conferência na London School of Economics.
A cerca de três meses das eleições europeias, que se realizam entre 22 a 25 de maio, Durão Barroso apelou para a integração europeia como a melhor ferramenta para gerir e beneficiar a globalização e destacou a eficácia da União Europeia para “responder à crise e pegar o touro pelos cornos”.
Durante a mesma intervenção, usou mesmo um tom irónico para lamentar que a União Europeia seja alvo de críticas “caricaturais”, como foi o caso desta semana quando “foi acusada pelas devastadoras inundações no sul de Inglaterra” ou quando foi responsabilizada pela “morte da girafa Marius na Dinamarca”.
A administração do Jardim Zoológico de Copenhaga avançou este mês com a decisão de abater Marius, uma girafa saudável com dois anos, para evitar a reprodução entre animais geneticamente parecidos. As leis europeias proíbem a consanguinidade.
Na conferência, Durão Barroso recordou ainda as suas principais medidas desde que assumiu a presidência do executivo comunitário, em novembro de 2004, realçando o seu objetivo de “dar lugar à diversidade, sem prejudicar a unidade fundamental dos 28 Estados-membros”.
Para Barroso, a UE não seria o que é hoje se não fossem os políticos, os empreendedores e os pensadores britânicos e sem o Reino Unido, a Europa não teria impulsionado tantas reformas e seria menos aberta e menos internacional.
Perante a plateia, o presidente da Comissão Europeia apelou ainda para o europeísmo britânico, considerado ser paradoxal que um país como o Reino Unido, que é tão aberto ao mundo, se mantenha dividido em relação à Europa, numa clara referência ao sentimento de anti-europeu que se estendeu a algumas fações da sociedade britânica.
De acordo com as suas palavras – “Não devemos olhar para o outro lado, mas assumir o compromisso e ver o que podemos fazer juntos para melhorar. Se não gostam da Europa como está agora, melhorem-na”.