
Luanda, 23 set (Lusa) – João Lourenço torna-se terça-feira no primeiro Presidente angolano a chegar ao cargo sem ter combatido na guerra colonial, mas o general, de 63 anos, até construiu uma parte do seu percurso no MPLA de arma na mão.
Apesar de não ter chegado a combater diretamente o regime português – acabara de completar 20 anos quando se dá a revolução dos cravos em Portugal -, viveu a oposição ao colonialismo ainda criança ao ver o pai detido na cadeia São Paulo, em Luanda, entre 1958 e 1960, acusado de atividade política clandestina, enquanto enfermeiro do porto do Lobito.
Eleito a 23 de agosto com pouco mais de 61% dos votos, perdendo 25 deputados no parlamento face às eleições anteriores, e com o país mergulhado numa profunda crise financeira e económica, o antigo general, que terça-feira é empossado como terceiro Presidente angolano, já prometeu ser reformador, ao estilo Deng Xiaoping, rejeitando a classificação de “Gorbachev angolano”, por suceder à prolongada liderança de José Eduardo dos Santos.