

O Conselho Municipal de Toronto passou a moção para retirar mais poderes ao presidente Rob Ford. Antes da votação, Ford disse aos vereadores que a jogada foi um golpe de estado e um ataque à democracia. A moção foi aprovada com uma votação de 36-5.
O Conselho votou também a favor de transferir 60 por cento do orçamento do gabinete do presidente Ford para o vice-presidente Norm Kelly e fazer de Kelly o presidente da comissão executiva.
Os vereadores reuniram-se para uma reunião especial sobre uma moção para fazer de Ford pouco mais do que uma figura de proa, o que lhe permite ser a cara da cidade em eventos públicos, mas deixando-o com pouco mais de poder em relação a um vereador normal.
Ford comparou a tentativa do Conselho em tirar-lhe mais poderes à invasão iraquiana do Kuwait e uma declaração de guerra.
Ford referiu que devem ser os eleitores a julgá-lo e não os seus colegas vereadores.
Ford pediu ao conselho a realização de uma eleição antecipada em vez de esperar até à eleição prevista a 27 de outubro de 2014. Ford – que já disse que vai correr de novo e está confiante de que será reeleito – sugeriu uma campanha de 60 dias, com um período de inscrição de 30 dias. A moção vem depois dos vereadores terem aprovoado por grande maioria um par de moções na passada sexta-feira, tirando a Ford a sua capacidade para nomear os principais presidentes da comissão ou para exercer os poderes de emergência.
Ford está a ameaçar com uma briga judicial sobre as ações do conselho, e contratou o veterano advogado municipal, George Rust-D’Eye, para defender desta jogada política que lhe retira poderes.
Para saber se as recentes ações do conselho são legais ou não, Norm Kelly explicou que tem discutido esse assunto com o departamento legal da cidade, e “a premissa é que o gabinete do presidente recebe a sua autoridade de duas fontes”.
“Uma delas é lei provincial, a outra são os estatutos da Cidade de Toronto – isto é, os poderes conferidos pelo Conselho. Nós não estamos a tocar nos poderes concedidos pela província – não podemos tocá-los. Mas os poderes conferidos pelo Conselho, nós podemos. Nós temos o poder de dar, nós temos o poder de suspender, nós temos o poder de tirar e realocar.”