SAÚDE MENTAL EM PORTUGAL COM ÍNDICES ELEVADOS DE INSTITUCIONALIZAÇÃO – ESPECIALISTAS

Lusa Lisboa, 16 dez (Lusa) — A saúde mental em Portugal, tema que será debatido hoje na Comissão Nacional para os Direitos Humanos, apresenta índices elevados de institucionalização e sobremedicação e um desafasamento entre compromissos e práticas, assinalam duas especialistas ouvidas pela Lusa.

Em declarações telefónicas à Lusa, Maria João Moniz, presidente da direção da Federação Nacional de Entidades de Reabilitação de Doentes Mentais, considera que “o mais grave problema de direitos humanos” em matéria de saúde mental são as “estatísticas muito elevadas” de “institucionalização de pessoas por razões associadas à sua saúde mental”, nomeadamente de institucionalização de longo prazo e de institucionalização da população mais idosa.

“Temos pessoas que viveram 40 anos ou mais da sua vida institucionalizadas, por não terem soluções alternativas. Este, sim, é talvez o mais grave problema de direitos humanos”, aponta a responsável da federação que integra 25 associações em todo o país.