HOMICIDA DE OURIVES FOGE PARA ANGOLA

A 30 de setembro, colocou no Facebook uma fotografia sua na sala de embarque do Aeroporto de Lisboa. Explica aos amigos que teve de “ir embora” (Foto Direitos Reservados)
A 30 de setembro, colocou no Facebook uma fotografia sua na sala de embarque do Aeroporto de Lisboa. Explica aos amigos que teve de “ir embora” (Foto Direitos Reservados)
A 30 de setembro, colocou no Facebook uma fotografia sua na sala de embarque do Aeroporto de Lisboa. Explica aos amigos que teve de “ir embora” (Foto Direitos Reservados)
A 30 de setembro, colocou no Facebook uma fotografia sua na sala de embarque do Aeroporto de Lisboa. Explica aos amigos que teve de “ir embora” (Foto Direitos Reservados)

“Tive que me ir embora, senão… [arriscava-se a ser preso] outra vez. E isso é que não!!!”. Foi com estas palavras, que acompanham uma fotografia do próprio já na sala de embarque do Aeroporto da Portela, que José Fialho Cláudio Carvalho se despediu, através da sua página do Facebook, na internet, dos amigos e da Justiça portuguesa – que o está a julgar por ter executado, atiro na cabeça e à queima-roupa, um ourives durante um assalto em Lisboa. Escapou de avião para Angola.
José Carvalho, 23 anos, está assim livre da ação da Justiça – tem nacionalidade angolana e o seu país nunca o extraditará: o perigo de fuga não foi acautelado pelo tribunal, através de medidas de coação como a prisão preventiva ou entrega do passaporte, quando foi apanhado pela Polícia Judiciária, na sua casa na Quinta do Mocho, em Sacavém, Loures, a 22 de junho de 2012.
Está em Angola há mais de um mês. Só compareceu à primeira sessão do julgamento, que ainda decorre, e depois fugiu antes de poder ser condenado, conforme o CM apurou agora junto de fontes judiciais ligadas ao processo.
Quando o tribunal, nas varas criminais, se apercebeu da fuga do principal acusado para Angola, era tarde – situação que está a deixar perplexos familiares próximos da vítima de Homicídio no assalto, Lúcio Costa, que são assistentes no processo judicial.
Quando estava a um metro de Lúcio Costa, surpreendido atrás do balcão da sua ourivesaria, nas Galinheiras, na tarde de 16 de dezembro de 2011, José Fialho disparou a caçadeira “na direção da cabeça da vítima”, diz a Unidade Especial de Combate ao Crime Violento do DIAP de Lisboa na acusação.
Desfez assim o crânio ao comerciante, de 65 anos. E “tinha a intenção de lhe causar a morte”, segundo o Ministério Público, para a seguir “facilitar” o roubo de 16 mil euros em ouro, com Flaide Jorge e Elson Gussul – todos eles são angolanos – que a Judiciária também apanhou na Quinta do Mocho, onde viviam, e que estão a ser julgados.
Flaide, o primeiro a ser apanhado, foi o único a ficar em prisão preventiva, na altura. Continua preso, mas já a cumprir pena por outros roubos violentos.