

O Banco do Canadá está a cortar as suas perspetivas económicas para o ano, dizendo que os extensos danos dos incêndios florestais de Alberta vão resultar numa contração económica no segundo trimestre.
A previsão do banco central foi divulgada na quarta-feira, juntamente com o anúncio programado na sua taxa de juro de referência, que o governador Stephen Poloz deixou em 0,5 por cento, como esperado.
Entre as projeções, o banco divulgou pela primeira vez os números sobre o potencial impacto do voto do Reino Unido para deixar a União Europeia, também conhecido como Brexit.
Ele disse que as repercussões da votação vão diminuir o PIB global em 0,2 por cento até ao final de 2018, com a maioria dessa percentagem, espera-se, a estar ligada a um período prolongado de incerteza e de investimento.
O banco sublinhou a dificuldade de determinar o alcance do impacto do Brexit em fatores como as condições financeiras, comércio e confiança.
O relatório também forneceu uma avaliação mais detalhada dos efeitos dos enormes incêndios florestais em Alberta que eclodiram no mês de maio. O desastre forçou a paralisação temporária das importantes fábricas das areias betuminosas, levou à evacuação de Fort McMurray e destruiu mais de 2.000 estruturas.
O banco central estima que os incêndios cortaram 1,1 pontos percentuais do crescimento no segundo trimestre – medido pelo PIB real – e forçaram a economia a contrair-se em um por cento, nesse período. Em abril, antes dos incêndios florestais, o banco tinha previsto que a economia iria crescer no segundo trimestre em um por cento.
Mas olhando em frente, o banco previu uma recuperação no terceiro trimestre com a retomada dos esforços de produção de petróleo e reconstrução na região. Este projetou um crescimento de 1,3 pontos percentuais no terceiro trimestre, ajudando a economia a se expandir naquele trimestre em 3,5 por cento.
Segundo o banco, essa recuperação também deverá ser alimentada pelo reforço de medidas do governo federal para aumentar os benefícios para crianças – que suportarão o consumo das famílias – e o seu compromisso de reforçar o investimento na infraestrutura.
O banco central também reduziu a sua projeção de crescimento em 2016 para 1,3 por cento, em relação à sua estimativa de 1,7 por cento em abril. Ao fazer isso, a entidade bancária apontou para as perspetivas mais fracas para o investimento e exportações que contrabalançaram os efeitos positivos do recente aumento dos preços do petróleo.
Agora espera que a economia cresça 2,2 por cento no próximo ano e 2,1 por cento em 2018. Em abril, o banco previu um crescimento de 2,3 por cento em 2017 e dois por cento em 2018.
O anúncio do banco da próxima taxa do Canadá está marcada para 7 de setembro, e o seu próximo relatório de política monetária será lançado no dia 19 de outubro.
Fonte: Canadian Press