

(FOTOS DARRIN ZAMMITLUPI/REUTERS)
O governo de Malta juntou-se ontem ao executivo de Itália nas exigências à União Europeia (UE) para que sejam implementadas medidas urgentes para travar o elevado número de mortos resultantes dos sucessivos naufrágios de barcos com imigrantes no Mediterrâneo.
“Não sei quantas mais pessoas terão de morrer no mar antes que seja feito algo”, afirmou à BBC o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat. “Averdade é que, como a situação está, estamos a construir um cemitério no Mar Mediterrâneo”, acrescentou, anunciando que se juntaria a Itália nas pressões à UE.
Muscat falava um dia após o naufrágio de uma embarcação com imigrantes ilegais ter feito mais meia centena de vítimas. Navios italianos e malteses já recolheram do mar pelo menos 34 corpos e resgataram com vida outras 206 pessoas. Os imigrantes utilizaram um telefone de satélite para dar o alarme de que a embarcação estava com problemas, tendo o barco acabado por se virar quando estes se deslocaram para um dos lados ao tentarem chamar a atenção de um avião que sobrevoava a zona. Os sobreviventes deste novo naufrágio ao largo da Sicília foram transportados para bordo de dois navios da Marinha italiana e para uma embarcação com pavilhão maltês.
Já ontem, na mesma zona, barcos-patrulha da Guarda Costeira italiana socorreram duas embarcações que se encontravam em dificuldades: uma lancha em que viajavam 87 imigrantes e outra com 150 pessoas a bordo, entre as quais 34 mulheres e 49 crianças, que foram depois transportadas para a ilha de Lampedusa.