CRISE TIROU 11% AOS SALÁRIOS

Estão a ser destruídos mais empregos permanentes, e os que se criam são contratos a prazo com pior remuneração (Foto de Sérgio Lemos)
Estão a ser destruídos mais empregos permanentes, e os que se criam são contratos a prazo com pior remuneração (Foto de Sérgio Lemos)
Estão a ser destruídos mais empregos permanentes, e os que se criam são contratos a prazo com pior remuneração (Foto de Sérgio Lemos)
Estão a ser destruídos mais empregos permanentes, e os que se criam são contratos a prazo com pior remuneração (Foto de Sérgio Lemos)

É a face mais negra da recessão. Segundo um estudo revelado ontem pelo Banco de Portugal em simultâneo com o Boletim de Outono, o ajustamento realizado pelo setor privado levou as empresas a reduzirem em 11% os salários aos novos colaboradores contratados, num processo de rotação (entradas e saídas) que abrangeu 776 mil trabalhadores.
Das 300 mil empresas inscritas na Segurança Social, e que serviram de base a este estudo, só 4,5% assumiram uma estratégia igual para todos os seus trabalhadores (corte, manutenção ou subida do salário). Cerca de 23% do universo de trabalhadores que ficou nas empresas sofreu uma diminuição no seu ordenado.
O desemprego continua a ser o principal flagelo da economia portuguesa. A instituição liderada por Carlos Costa diz que 60% dos desempregados inscritos nos centros de emprego (cerca de 480 mil) não conseguem encontrar trabalho há mais de um ano e, mais preocupante, 35% não conseguem encontrar ocupação há mais de dois anos. A diminuição dos postos de trabalho está a fazer-se sentir com mais força no emprego permanente, afetando a população ativa mais jovem.
Outro dos estudos do Banco de Portugal ontem divulgado, e que analisa o impacto das alterações fiscais introduzidas nos últimos anos em Portugal, aponta para a necessidade de reduzir a despesa pública, de modo a permitir a redução da carga fiscal sobre as famílias. Mais, um aumento dos impostos equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) reduz a economia em 1,3% após um ano e em 2,7% após três anos. Um aumento de impostos de 1%do PIB sobre o consumo privado diminui o consumo em cerca de 2% após um ano.