

Angélico Vieira – o cantor que morreu a 28 de junho de 2011 após acidente na A1, em Estarreja – deixou uma dívida de mais de 50 mil euros à Administração Fiscal, que agora irá recair sobre a herança. A Autoridade Tributária não conseguiu localizar bens que estejam no nome de Angélico, e os pais também não fizeram a partilha, ou seja, não aceitaram os créditos e as dívidas que o filho tinha em vida.
O Fisco decidiu assim fazer o pedido ao stand Impocar, à data do acidente Auguscar, a que os pais de Angélico exigem em tribunal 134 mil euros. O stand alega que vendeu ao cantor o BMW 635 ao volante do qual o cantor morreu. Os pais de Angélico dizem que o contrato de venda foi falsificado e que Augusto Fernandes ficou ainda com dois carros do artista.
A Autoridade Tributária notificou o stand Impocar, ao qual deu conhecimento da dívida. Dizem que, em caso de condenação em tribunal, o dono tem primeiro que entregar dinheiro ao Estado. Se algum montante restar, será então restituído aos pais.
Ao que o CM apurou, já não existem contas bancárias nem imóveis no nome do cantor. Os herdeiros terão a receber os direitos de autor das suas músicas, que continuam a ser utilizadas.
A Autoridade Tributária não tem no entanto capacidade para quantificar esses lucros e, por isso, a única opção foi fazer recair as responsabilidades sobre o processo judicial que corre contra o stand no Tribunal de Vila do Conde.
Os pais de Angélico podem estar ainda na expectativa para perceberem se o stand é ou não condenado e se há qualquer quantia remanescente que possam vir a receber. Só aí deverão aceitar então a partilha de bens – que é a única forma, também, de usufruírem dos direitos de autor.
O que terá levado à existência desta dívida por parte de Angélico ao Fisco está por apurar.
Recorde-se que do acidente resultou outra vítima mortal, Hélio Filipe, e ainda ferimentos graves em Armanda Leite. Angélico esteve três dias internado no Hospital de Santo António, no Porto, acabando por não resistir aos graves ferimentos.