

A empresa alemã Man Ferrostaal, ligada ao German Submarine Consortium (GSC) que vendeu dois submarinos a Portugal – admite desistir da recuperação do hotel Alfamar no Algarve, que substituía as contrapartidas inicialmente acordadas como Governo, por um projeto para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
A hipótese foi ontem avançada pela advogada Sofia Martins no final do depoimento do antigo vice-presidente da empresa, Horst Weretecki, no julgamento das contrapartidas dos submarinos. Segundo a advogada, surgiram dificuldades na concretização do Alfamar. Ao CM, Nuno Godinho de Matos, também advogado da Ferrostaal e dos ex-gestores da empresa arguidos no processo, explicou que “o Estado veio dizer, apesar do que estava escrito no contrato renegociado, que as contrapartidas que se discutem neste processo penal não integravam o acordo assinado”. Os alemães sustentavam a defesa no facto de a renegociação com o Ministério da Economia ter extinguido os crimes pelos quais os ex-gestores estão a ser julgados.
Em tribunal, o antigo vice-presidente da Ferrostaal tentou convencer a juíza de que não teve responsabilidades no negócio dos submarinos. Weretecki afirmou que só em outubro de 2004 assumiu em pleno as funções de ‘vice’, tendo assinado o contrato de contrapartidas como director do departamento marítimo, daí ter um conhecimento limitado. O Ministério Público tenta provar que a empresa lesou o Estado em 34 milhões de euros.