
Bruxelas, 26 jan (Lusa) — O Tribunal de Contas Europeu considera que a Comissão Europeia não estava preparada para os primeiros pedidos de assistência no quadro da crise financeira de 2008 e aponta várias falhas na sua gestão dos “resgates” a países como Portugal.
Num relatório hoje divulgado em Bruxelas sobre a “assistência financeira prestada a países em dificuldades”, o Tribunal de Contas Europeu (TCE) analisa a gestão, por parte da Comissão, da assistência financeira prestada a cinco países — Hungria, Letónia, Roménia, Irlanda e Portugal -, concluindo que a mesma foi “globalmente fraca” e pode ser melhorada caso surja a necessidade de novos “resgates”, embora julgue que os programas cumpriram os seus objetivos.
Entre as falhas apontadas ao executivo comunitário — e a auditoria deixou de fora análises às decisões tomadas no plano político da UE -, o TCE considera que, no plano de supervisão, “alguns sinais de alerta” relativamente a crescentes desequilíbrios macroeconómicos no início da crise “passaram despercebidos”, e, na gestão dos programas de assistência, houve diferenças de tratamento aos países, controlo de qualidade limitado, fraca monitorização da implementação dos memorandos e insuficiente documentação.