
Lisboa, 07 jan (Lusa) – O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, defendeu hoje que a língua portuguesa não pode ser reduzida apenas ao seu valor económico, sublinhando que “basta-se a si própria” e deve ser promovida “como a língua das pessoas”.
“Uma língua tem múltiplas funções, é um instrumento de expressão, de comunicação, de pensamento, é um veículo de cultura e também um instrumento de trocas, incluindo trocas comerciais e económicas. E deve ser isso tudo. A política da língua deve ter por base a própria língua. A língua basta-se a si própria, não é para ser apoiada por ser funcional para um objetivo terceiro”, sustentou o chefe da diplomacia portuguesa, que intervinha na sessão de encerramento do “Seminário de Cooperação Internacional – Desenvolvimento, Cultura e Língua”, que decorreu hoje na sede do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, em Lisboa.
“Percebe muito bem o valor da língua para os negócios quem começa por perceber o valor da língua como expressão pessoal e coletiva, comunicacional e cultural. Percebe mal o valor económico de uma língua quem quer perceber o valor de uma língua a partir da dimensão económica”, sublinhou.