Uma menina de 4 anos ficou com uma gaze de 40 centímetros na garganta depois de ser operada às adenoides, às amígdalas e aos ouvidos no Hospital CUF, Porto. A criança andou com aquele material cirúrgico durante 48 horas até que sufocou e teve de ser levada de urgência ao Hospital de São João. A família vai processar a CUF, quer que o caso sirva de alerta e pede um maior cuidado nos blocos operatórios.
Carolina foi operada na passada quinta-feira, de manhã. “A médica disse que estava tudo bem, para não a forçar a comer e dar-lhe de beber”, conta Catarina Cartucho, mãe da criança.
A menina teve alta no dia seguinte, mas como estava a “comer pouco” a mãe insistiu, na noite de sábado, para que bebesse leite. “Na primeira golada engasgou-se, começou a tossir, ficou roxa e a revirar os olhos. Teve uma paragem respiratória. Foi quando a minha mãe reparou que tinha um objeto estranho a sair-lhe da boca. Tirei-lhe a gaze de 40 centímetros da garganta, saiu sangue e ela chorava. Foi uma aflição. Por segundos não tive a minha filha a morrer-me nos braços”, relata Catarina. Depois da descoberta, a família levou de imediato Carolina ao Hospital S. João. A menina não tinha ficado com coágulos, foi observada e regressou a casa, sem mazelas.
“É incompreensível isto ter acontecido. Só quero alertar as pessoas e o pessoal clínico porque têm de ter cuidado num bloco operatório. O diretor clínico já me ligou a pedir desculpa e disse que ia averiguar”, explica Catarina.