

Pouco depois de Justin Trudeau assumir o poder, ele vai enfrentar um grande teste, relativamente à possibilidade de socorrer a Bombardier.
O primeiro-ministro designado terá que enfrentar o que poderá ser uma decisão de milhões de dólares em Quebec, a sua província natal e uma região onde os Liberais obtiveram ganhos significativos na eleição do mês passado.
O governo do Quebec, que se comprometeu com mil milhões de dólares para ajudar a Bombardier a completar o seu dispendioso programa de jato comercial (em atraso), quer a ajuda de Trudeau. O fabricante de avião e comboio, em dificuldades, emprega milhares de pessoas na província.
A decisão de Trudeau, em ajudar (ou não) uma das “joias da coroa” do Quebec, vai aparecer numa altura em que ele vai ser empossado nesta quarta-feira, o mesmo dia em que ele apresenta a sua equipa de governo.
“Vai haver uma pressão inacreditável sobre este governo – uma pressão inacreditável para fazer algo pela Bombardier”, disse Ian Lee, professor de economia na Sprott School of Business da Universidade de Carleton.
Na segunda-feira, o ministro da Economia do Quebec Jacques Daoust acrescentou ainda mais pressão, dizendo que vai pedir ao novo governo Liberal uma contribuição financeira “significativa” para a Bombardier.
Notícias nos meios de comunicação têm sugerido que o Quebec quer entre 350-mil milhões de dólares de Otava, mas na segunda-feira Daoust recusou-se a dizer o quanto ele estaria à procura.
O governo de Trudeau está prestes a criar polémica, independentemente da sua decisão, particularmente com outras indústrias e empresas canadianas que enfrentam momentos difíceis em termos de dinheiro.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro de Saskatchewan Brad Wall twittou um link a uma notícia sobre o pedido da Bombardier do Quebec e observou que o setor de energia da região oeste do Canadá não tinha pedido um resgate, apesar do stress provocado pelos baixos preços do petróleo.
É esperado que a eventual decisão do governo federal envie um sinal de como Trudeau está a planear abordar a política industrial e as províncias, disse Tyler Chamberlin, um professor associado na Universidade de Otava.
Fonte: Canadian Press