
Atenas, 25 dez (Lusa) — Os primeiros 100 dias do segundo governo Syriza na Grécia revelaram as contradições entre a aplicação das novas medidas de austeridade exigidas pelos credores em troca do terceiro resgate financeiro e o programa “anti-austeridade” do partido de esquerda.
O atual governo grego saiu de eleições antecipadas realizadas em 20 de setembro, um mês após o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, ter anunciado a demissão, para tentar recuperar uma maioria parlamentar que perdeu após a deserção da sua ala esquerda durante a discussão e votação, entre julho e agosto, do terceiro plano de resgate de cinco anos.
O acordo de princípio deste memorando foi assinado em 13 de julho para evitar a saída da Grécia da zona euro e Tsipras, também líder do Syriza, comprometeu-se a aplicá-lo, apesar de reivindicar alguma margem de manobra para “suavizar” os custos sociais. O plano está avaliado em 86 mil milhões de euros que devem ser entregues em parcelas ao longo de três anos, em troca da aprovação de novas reformas e medidas de austeridade.