1 em cada 2 enfermeiros de Ontário pondera deixar a profissão

Foto: Vladimir Fedotov/Unsplash
Foto: Vladimir Fedotov/Unsplash

Quase um em cada dois enfermeiros de Ontário pondera deixar a profissão devido à escassez de pessoal. É o que revela uma nova sondagem, que põe o dedo na ferida do sistema de saúde da província.

Quase 70% dos enfermeiros de Ontário dizem não conseguir atender devidamente os pacientes. Em causa estão recursos e tempo insuficientes. Quase um em cada dois pondera, neste contexto, deixar a profissão.

A conclusão é de um novo estudo, da Registered Practical Nurses Association (WeRPN) de Ontário. Os resultados, divulgados esta terça-feira, dia 3 de agosto, revelam o terrível estado da enfermagem na província.

A associação representa mais de 55 mil enfermeiros em todo o país. 763 participaram no inquérito online de 1 a 9 de maio deste ano.

A sondagem foi feita na sequência de outro inquérito, em dezembro de 2020, que auscultou os chamados ‘registered practical nurses’ sobre o estado da enfermagem no primeiro ano da pandemia da Covid-19.

Na pesquisa mais recente, 93% dos enfermeiros dizem que a carga de trabalho aumentou nos últimos dois a três anos. 68% garantem não ter tempo ou recursos para prestar cuidados adequados aos utentes.

Enquanto isso, 66% dos enfermeiros tiveram de aceitar mais pacientes por enfermeiro devido à escassez contínua de pessoal, enquanto 87% dizem ter assumido mais responsabilidades.

Quatro em cada cinco enfermeiros enfrentam sofrimento moral, num aumento de mais de 10% face a dezembro de 2020.

88% sentem-se impactados pela escassez de pessoal e muitos enfrentam “stress adicional e maior isolamento”.

Por outro lado, sete em cada 10 tiveram de trabalhar mais horas para colmatar a escassez de pessoal, incluindo 39% que trabalharam horas extra não remuneradas no final dos respetivos turnos.

Além disso, seis em cada 10 enfermeiros dizem que a sua saúde mental se deteriorou devido ao stress relacionado com a escassez de pessoal.