FAKE NEWS

Correio da Manhã Canadá

Muito se tem falado da chamada Fake New que em tradução literal significa notícia falsa. Mas o uso corrente que estas palavras têm tido atualmente não é porém, uma relação direta entre notícia falsa e mentira.

Algumas pesquisas indicam que estamos sob o domínio do “pós-verdade”, isto é, um momento em que as notícias falsas são difundidas – principalmente na internet – importando muito mais as crenças que se pretendem solidificar do que a veracidade dos factos em si. A utilização de Fake News diminui o peso dado para a verdade factual e valoriza versões com objetivo de sustentar opiniões e ideologias.

Eleita como expressão do ano em 2016, engane-se quem pensa que este é um termo recente. Já em 1992 foi utilizada na revista “The Nation” e projetou-se em dois eventos de alcance mundial a eleição de Donald Trump, e a saída do Reino Unido da União Europeia. Nestas duas situações a divulgação de notícias falsas poderá ter sido decisiva para o resultado final.

Também existem sites portugueses de notícias falsas. Aliás, bastantes. E estão sediados no Canadá. Com o objetivo de criar fake news sobre a política portuguesa e destinados a enganar a opinião pública onde 63% dos portugueses consomem informação, nas redes sociais. Direita Política, A Voz da Razão, Não Queremos um Governo de Esquerda em Portugal, Vídeo Divertido ou Aceleras pertencem a João Pedro Rosas Fernandes, que se afirma “descontente com a falta de contraditório que existia na comunicação social” e diz ser apoiante “desde o primeiro momento” de Trump e Bolsonaro.

Terão sido mesmo fake news que ajudaram a eleger Donald Trump e mais recentemente Jair Bolsonaro. Pela primeira vez a internet foi o principal meio de comunicação de uma eleição no Brasil. As fake news estão a expor uma fragilidade no sistema eleitoral, não apenas nos Estados Unidos ou Brasil, mas pelo
mundo. No Brasil existe a suspeita de que empresários ligados à campanha eleitoral de Bolsonaro pagaram para que fossem enviadas mensagens em massa pelo WhatsApp com o objetivo de promover o candidato e prejudicar o seu adversário.

Já decorre a investigação a este caso. O Tribunal Superior Eleitoral e a Polícia Federal foram acionados para averiguar esta suspeita a pedido da Procuradoria – Geral Eleitoral. Mas o povo falou mais alto e elegeu o candidato que acredita ser de mudança e que vai acabar com a corrupção. Espera-se que os eleitores brasileiros estejam corretos e que não assistam a um recomeço ditatorial.