DÉFICE DE 6% NO ARRANQUE DO ANO

INEO défice orçamental no primeiro trimestre do ano foi de 6% do PIB, abaixo dos 10% observados em igual período do ano anterior, mas acima da meta de 4% acordada com as instituições internacionais até ao final do ano. No ano terminado no trimestre, o défice está nos 4% do PIB.
De acordo com as Contas Nacionais Trimestrais, publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), as Administrações Públicas acumularam um saldo negativo de -2.389,4 milhões de euros, entre Janeiro e Março deste ano.
Este valor é mais negativo do aquele que tinha sido estimado pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO). Num relatório de 30 de Maio, a entidade que dá apoio aos deputados da Assembleia da República calculava que o défice do primeiro trimestre teria ascendido a 5,6% do PIB. Os técnicos da UTAO sublinhavam que essa previsão “não coloca necessariamente em causa o objetivo” do Governo para este ano.
O INE revela um desvio maior – 2 pontos percentuais do PIB – em relação à meta de 4%, com que o Governo assumiu continuar comprometido na última avaliação da troika ao programa de ajustamento, bem como na carta enviada aos credores dá duas semanas.
Se forem tomados como referência valores acumulados nos 12 meses terminados no primeiro trimestre deste ano, o défice orçamental é mais baixo, estando nos 4% do PIB, abaixo dos 5% do quarto trimestre de 2013. Para Portugal, é mais relevante olhar para o valor isolado do primeiro trimestre (6%), uma vez que é esse que permite dar pistas sobre a capacidade de Portugal atingir a meta de 4% deste ano.
Para o resultado do ano acabado no primeiro trimestre (4%), o INE destaca a diminuição da despesa corrente, principalmente dos gastos com os salários dos funcionários públicos.