
Frankfurt, 11 set 2025 (Lusa) — A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, registou hoje que a zona euro “continua num bom lugar” e que o processo desinflacionário terminou.
“Continuamos num bom lugar, mas não estamos num caminho predeterminado”, disse Lagarde, na conferência de imprensa no final da reunião do Conselho do BCE, em Frankfurt (Alemanha), em que anunciou a manutenção das taxas de juro.
“A economia doméstica está a mostrar resiliência, o mercado laboral está sólido e os riscos estão mais equilibrados”, acrescentou.
No entender da presidente do BCE, “o processo desinflacionário terminou”, no que às condicionantes vividas nos últimos trimestres diz respeito.
A análise foi partilhada pelo Conselho do BCE que, segundo a responsável, tomou “uma decisão unânime em deixar as três taxas de juro inalteradas”.
Na conferência de imprensa, Lagarde insistiu que as decisões são tomadas reunião a reunião e que houve melhorias face a junho, em particular porque diminuiu a incerteza face ao comércio internacional, depois do acordo assinado com os Estados Unidos da América.
“Não digo que os riscos tenham desaparecido, não digo que tenhamos poucos desafios”, alertou.
Nesse sentido, registou que as tensões poderão, ainda assim, provocar volatilidade e aversão ao risco nos mercados — o que poderá pesar na procura doméstica e diminuir a inflação –, enquanto uma fragmentação nas cadeias de abastecimento global poderá impulsionar os preços nas importações.
“Um aumento da despesa em defesa e infraestruturas poderia também aumentar a inflação a médio prazo, eventos meteorológicos extremos e a crise climática poderão aumentar os preços dos alimentos acima do esperado”, enumerou.
Na reunião, o Conselho de Governadores decidiu manter as taxas diretoras para a zona euro, em linha com as previsões dos analistas, que anteviam que se mantivessem por agora.
A taxa de facilidade permanente de depósito mantém-se nos 2,00%, a taxa de juro das operações principais de refinanciamento nos 2,15% e a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez em 2,40%.
JO // MSF
Lusa/Fim