Nova Iorque, 02 jul 2025 (Lusa) – A bolsa nova-iorquina encerrou tendencialmente hoje em alta, com os investidores otimistas, depois do anúncio de um acordo alfandegário entre EUA e Vietname, uma semana antes de um agravamento generalizado das taxas alfandegárias sobre as importações norte-americanas.
Os resultados de sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,02%, mas que o tecnológico Nasdaq ganhou 0,94% e o alargado S&P500 avançou 0,47%, fechando ambos em níveis recordes.
Donald Trump anunciou hoje selou um acordo com o Vietname que prevê taxas alfandegárias de zero por cento para as importações vietnamitas provenientes dos EUA e de 20% no sentido inverso.
Este acordo, como apresentado por Trump, deve encarecer fortemente o preço dos sapatos e vestuário que estes produtores asiáticos exportam para os EUA.
Mas foi o preço a pagar por Hanoi, para evitar o cenário pior, de uma taxa alfandegária de 46%.
“Pouco a pouco”, os EUA chegam a “acordos com o Canadá, o Vietname, o Reino Unido (…). Este acordo é, portanto, uma coisa boa, o que permite atenuar as tensões”, estimou Sam Stovall, da CFRA, em declarações à AFP.
O anúncio levou algumas empresas do setor do vestuário a valorizar, como Nike (+4,11%), Under Armour (+1,93%) ou a lululemon athletica (+0,48%).
Porém, na praça bolsista, os ganhos subsequentes a este acordo acabaram por ser “modestos, dados os receios de arrefecimento regressaram, depois da publicação do primeiro mês de perda de emprego em 27 meses”, apontou Jose Torres, da Interactive Brokers.
Segundo o inquérito mensal ADP/Stanford, o setor privado nos EUA começou a perder empregos em junho, (33 mil), o que está a semear a dúvida sobre a saúde da economia norte-americana, na véspera da divulgação dos números oficiais do desemprego.
“O otimismo foi também relativizado pelo facto de ‘a grande e bela lei’ (expressão usada por Trump para classificar a proposta de orçamento entregue no Congresso) se ter confrontado com uma forte resistência”, acrescentou Jose Torres.
O projeto de lei, agora aprovado à justa no Senado, pode agravar a dívida dos EUA em vários milhares de milhões de dólares em 10 anos.
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