O setor da ajuda humanitária do Canadá pede a ajuda de Ottawa para colmatar as lacunas que emergem, à medida que Washington encerra a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
Numerosos projetos canadianos, como a adaptação às alterações climáticas em bacias hidrográficas peruanas e um fundo que ajuda ativistas LGBTQ+ que fogem à violência, estão no limbo, à medida que o maior financiador de ajuda do mundo congela o financiamento de programas multilaterais. Na incerteza foi também colocado o futuro dos 40 milhões de dólares que Ottawa enviou à USAID para financiamento de programas.
O presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, encarregou o aliado bilionário Elon Musk de cortar o orçamento dos EUA. O exercício envolveu um congelamento de 90 dias na maior parte da ajuda externa americana, enquanto se aguarda uma revisão destinada a garantir que as despesas estejam alinhadas com os interesses americanos. Milhares de funcionários foram colocados em licença remunerada, embora os tribunais estejam a rever essas ordens.
A Cooperation Canada, que representa dezenas de organizações canadianas sem fins lucrativos que trabalham no domínio do desenvolvimento internacional e da assistência humanitária, muitas das quais com projetos dependentes de sistemas operados pela USAID ou por agências das Nações Unidas que beneficiam de um financiamento significativo dos EUA, afirmou que milhões de pessoas estão a ficar abruptamente sem acesso a bens essenciais em todo o mundo.
Isso inclui medicina de emergência, educação básica e combate à fome. As organizações estão a tentar reformular os seus programas e a trabalhar com entidades de outros países para minimizar o impacto das lacunas no financiamento.