Uganda violou embargo de armas ao enviar tropas para o Sudão do Sul – ONU

Nova Iorque, 10 dez 2025 (Lusa) – Especialistas consideraram, num relatório para as Nações Unidas, que o Uganda violou o embargo de armas imposto pela ONU ao enviar tropas para o Sudão do Sul para apoiar o Governo.

No relatório datado do final de novembro, e citado hoje pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), os especialistas encarregados pelo Conselho de Segurança de monitorizar as sanções contra o Sudão do Sul indicam ter recebido confirmação de Kampala do envio, em março, de soldados das forças armadas ugandesas (FDPO), a pedido do Presidente sul-sudanês, Salva Kiir.

Desde esse destacamento inicial, dizem também ter confirmado “a chegada de pessoal e equipamento militar adicional e a expansão da presença das FDPO”, principalmente estacionadas a poucos quilómetros da capital.

Juba, diz-se no relatório citado pela AFP, “pôde contar com o apoio contínuo das forças ugandesas, cujas tropas, tanques e veículos blindados estão no território do Sudão do Sul desde março de 2025, em violação do embargo de armas” imposto pelo Conselho de Segurança da ONU em 2018.

Os especialistas indicam também, no relatório sobre a evolução mais geral do conflito no país mais jovem do mundo, que o Uganda confirmou ter destacado três helicópteros militares, o que também constitui uma “provável violação do embargo de armas”.

Em maio, o Conselho de Segurança da ONU, exigindo o fim imediato dos combates, mostrou-se particularmente preocupado com as informações que davam conta do uso indiscriminado de barris explosivos.

Os combates entre o exército sul-sudanês e milícias favoráveis ao antigo vice-presidente Riek Machar, rival político de Salva Kiir, intensificaram-se em março, e a acusação de 11 de setembro contra Machar por “crimes contra a humanidade” alimenta os receios de uma nova guerra civil, escreve ainda a AFP.

Tendo-se tornado independente do Sudão há catorze anos, o Sudão do Sul viveu uma sangrenta guerra civil entre 2013 e 2018, que causou pelo menos 400 mil mortos.

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