
Vagos, Aveiro, 22 out 2025 (Lusa) — O rapaz de 14 anos acusado de matar a mãe, a vereadora da Câmara de Vagos Susana Gravato, ficou sujeito à medida cautelar de guarda em centro educativo em regime fechado, por três meses, informou hoje fonte judicial.
A medida cautelar foi determinada após o primeiro interrogatório, que decorreu hoje no Tribunal de Família e Menores de Aveiro, no âmbito do Processo Tutelar Educativo instaurado ao menor pela prática de fatos consubstanciadores de um crime de homicídio qualificado, ocorrido na terça-feira em Vagos, no distrito de Aveiro.
Em declarações à Lusa, a advogada Carla Delgado, que representa o menor, disse que o Tribunal determinou a medida cautelar de guarda em centro educativo pelo período de três meses.
“Esta medida será revista ao fim de dois meses e poderá ter a duração máxima de seis meses”, disse a advogada, acrescentando que o menor vai ser sujeito a perícias médico-legais.
Num comunicado divulgado hoje, a Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro anunciou que identificou o menor, por fortes indícios da prática de um crime de homicídio qualificado, que vitimou a sua mãe, ocorrido na terça-feira à tarde na Gafanha da Vagueira, concelho de Vagos.
“A vítima foi atingida por um disparo de arma de fogo, quando se encontrava no interior da sua casa”, refere um comunicado da PJ, adiantando que já recuperou a arma de fogo utilizada, que pertence ao pai do menor.
A vereadora do executivo cessante da Câmara Municipal de Vagos, no distrito de Aveiro, morreu na terça-feira, aos 49 anos de idade.
Ainda na terça-feira, o presidente da Câmara cessante, João Paulo Sousa, afirmou que o município estava “em choque” e consternado, não conhecendo, na altura, as circunstâncias da morte da vereadora.
O marido da vítima e os Bombeiros de Vagos ainda procederam a manobras de reanimação, mas à chegada da viatura médica à casa da vítima foi declarado o óbito, disse, na terça-feira, o comandante daquela corporação.
A Câmara de Vagos decretou três dias de luto municipal em memória e reconhecimento público da vereadora.
Numa nota de pesar publicada nas redes sociais, a Câmara de Vagos, no distrito de Aveiro, manifestou a sua “profunda consternação” pela morte de Susana Gravato, vereadora do executivo cessante.
Susana Gravato “destacou-se pela dedicação ao serviço público, pela proximidade às pessoas e pelo compromisso com o desenvolvimento” do concelho, afirmou a Câmara Municipal, na nota consultada pela agência Lusa.
“A sua partida deixa-nos mais pobres e entristece toda a comunidade vaguense”, disse.
Susana Gravato, natural de Ílhavo, vivia na Gafanha da Vagueira, concelho de Vagos, desde os seis anos de idade.
Licenciada em direito, Susana Gravato exerceu advocacia, era militante do PSD desde 1994 e exercia as funções de vereadora no executivo cessante, com os pelouros de ambiente, justiça, administração geral, coesão social e saúde, entre outros.
JDN(JGA) // RBF
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