
Praia, 22 out 2025 (Lusa) — A companhia estatal Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) nomeou Armindo Sousa como novo presidente, substituindo no cargo Pedro Barros, anunciou hoje um dos acionistas após uma assembleia-geral realizada na terça-feira.
A informação foi adiantada pelo acionista privado Victor Fidalgo, citado pela Rádio de Cabo Verde (RCV), indicando ainda que Mário Tavares, até agora diretor de Qualidade, será o novo administrador executivo, completando os três lugares do conselho de administração, em que se mantém Nádia Teixeira.
“Os nomes já têm um certo ‘background’ na casa e no setor, esperemos que funcione”, referiu o acionista, numa alusão ao facto de Armindo Sousa já ter sido administrador executivo.
“A TACV tem algumas fragilidades financeiras, é normal que em qualquer decisão que implique finanças seja consultado quem tem vindo a suportar” a empresa, ou seja, o acionista maioritário (90%), o Estado, acrescentou.
Fonte da TACV contactada pela Lusa remeteu para mais tarde uma comunicação oficial da empresa sobre as mudanças na liderança.
A companhia realizava voos internacionais até ser chamada a acudir aos voos domésticos, com o colapso da concessão à empresa BestFly, em 2024.
Segundo os últimos dados, publicados num relatório estatal sobre o setor empresarial, a companhia registou um resultado líquido negativo de 637,6 milhões de escudos (6,1 milhões de euros) no terceiro trimestre de 2024 e está entre as que apresentam maior risco.
Apesar de evidenciar “uma performance operacional robusta”, uma “trajetória sustentada de recuperação” e “um significativo potencial de crescimento”, a rentabilidade foi afetada por “gastos operacionais totais de 1,9 mil milhões de escudos (17,2 milhões de euros), com destaque para os custos de leasing que atingiram 575 milhões de escudos (5,2 milhões de euros) e que continuam a representar um peso relevante”, lê-se no documento.
Diversas entidades têm sugerido que a TACV se concentre em acabar com as falhas crónicas nos voos domésticos, em que tem o monopólio, abandonado as ligações ao estrangeiro, em que enfrenta uma concorrência crescente de companhias ‘low-cost’.
O Governo tem respondido que são necessárias cautelas quanto a uma excessiva dependência das companhias aéreas de baixo custo para o transporte aéreo internacional, num arquipélago com uma forte diáspora.
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