Sindicato diz que adesão à greve mostra “descontentamento” dos trabalhadores

Lisboa, 24 out 2025 (Lusa) — O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL) disse hoje que a adesão elevada à greve da Administração mostra o “descontentamento” dos trabalhadores face ao Governo.

Num comunicado, hoje divulgado, o sindicato apontou o “profundo descontentamento com a política de empobrecimento”.

“A elevada adesão à Greve Nacional da Administração Pública, convocada pela Frente Comum, que continuou a fazer-se sentir esta manhã” afetou “grandemente muitos serviços municipais”, salientou, indicando que “demonstra a forte mobilização, unidade e determinação dos trabalhadores em prosseguir a luta em defesa dos seus direitos e pela sua valorização salarial e profissional”.

De acordo com o STAL, a greve levou ao encerramento de muitos serviços na generalidade das autarquias e empresas municipais, destacando juntas de Freguesia, estaleiros, oficinas, serviços de água e saneamento, escolas, jardins de infância, transportes coletivos urbanos de passageiros, piscinas, fiscalização, bibliotecas, setores operacionais, tesourarias e serviços de atendimento e administrativos.

“Os dados conhecidos da Administração Local até ao momento refletem a grande disponibilidade para a luta e o profundo descontentamento dos trabalhadores face à ausência de resposta efetiva do governo PSD-CDS aos seus problemas e às suas exigências”, disse o STAL.

Estas exigências, lembrou, passam por aumentos não inferiores a 15%, com mínimo de 150 euros para todos, por uma base remuneratória de 1.050 euros e um subsídio de refeição de 12 euros, entre outras exigências.

O STAL disse que o ano de 2026 será mais um em que o poder de compra dos trabalhadores da Administração Pública, e em particular os da Administração Local, em que os salários são mais baixos, se degrada “significativamente”, com uma “atualização salarial de 2,15%, valor muito aquém do necessário para repor o poder de compra perdido desde 2009 e para fazer face ao agravamento do custo de vida”.

O STAL apelou ainda para a participação dos trabalhadores no dia 08 de novembro, com a “Marcha Nacional contra o Pacote Laboral”, convocada pela CGTP-IN para Lisboa, “para lutar contra as propostas de alteração da legislação laboral apresentadas pelo Governo, que representam um autêntico ‘assalto’ aos direitos dos trabalhadores, e visam satisfazer os patrões, que desejam ter ao seu serviço trabalhadores descartáveis e com salários de miséria”. 

 

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