Saúde: Overdoses fatais com combinação de drogas aumentam em Ontário

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Um relatório de uma nova pesquisa da Rede de Pesquisa de Políticas de Drogas de Ontário e da Saúde Pública de Ontário revelou que um número crescente de mortes por overdose em Ontário envolve o uso de mais do que uma droga, com a combinação de opiáceos e estimulantes a revelar-se especialmente perigosa.

Desde a pandemia da Covid-19, atribuir mortes a duas ou mais substâncias, em vez de apenas uma droga, tornou-se mais comum.

De 2018 a 2022, a taxa mensal de mortes por overdose envolvendo uma substância aumentou 75%, as mortes envolvendo duas substâncias aumentaram 167%, enquanto a taxa de mortes envolvendo três ou mais substâncias aumentou 186%, segundo o relatório divulgado a 9 de janeiro.

Os investigadores descobriram que 12.115 mortes por overdose acidental em toda a província foram diretamente atribuídas a opiáceos, estimulantes, álcool e benzodiazepinas durante esse período.

Os opiáceos, em grande parte sob a forma de fentanil ilícito, contribuem para a grande maioria das mortes por overdose na província. Foram encontrados em quase 84% das mortes por toxicidade de drogas, ou seja, em mais de 10 mil pessoas.

Os estimulantes foram encontrados em quase 62% das mortes por overdose, enquanto o álcool foi encontrado em 13% e as benzodiazepinas em 9%, segundo o relatório.

Os investigadores também acompanharam cada morte para verificar se a pessoa teve alguma interação com o sistema de saúde, referindo que cerca de um terço das pessoas teve alguma referenciação no sistema de saúde uma semana antes da morte.

Ainda cerca de 56% das pessoas que morreram tiveram algum tipo de contacto com o sistema de saúde nos 30 dias anteriores.

Estas referências podem estar relacionadas com uma ida a um serviço de urgência ou uma visita a um médico de cuidados primários, que não esteja necessariamente relacionada com o consumo de drogas.

O estudo sublinhou a necessidade de certificação dos serviços de urgência para a prestação de cuidados, tendo em conta que a maioria dos hospitais não tem especialistas em medicina da dependência no local. Alguns lugares têm um programa promissor chamado serviços de consulta de medicina da dependência, que, segundo o relatório, deve ser implementado em toda a província.