RIO CONSIDERA QUE PASTA ATRIBUÍDA A PORTUGAL NA COMISSÃO EUROPEIA “OBJETIVAMENTE TEM RELEVO”

LusaLisboa, 10 set 2019 (Lusa) — O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu hoje que a pasta atribuída a Portugal na Comissão Europeia “objetivamente tem relevo”, mas prefere aguardar pela forma como a comissária Elisa Ferreira a vai exercer.

No final de um almoço-debate da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, em Lisboa, Rio foi questionado pelos jornalistas sobre a atribuição à comissária designada por Portugal para integrar o futuro executivo comunitário, Elisa Ferreira, da pasta da Coesão e Reformas.

“A pasta que coube à comissária de Portugal é uma pasta que objetivamente tem relevo, vai gerir fundos comunitários e os fundos são relevantes para todos os países, particularmente para Portugal”, defendeu.

No entanto, o líder do PSD considerou que “uma coisa é a pasta” e outra será a forma como Elisa Ferreira “consegue ou não gerir o poder que pode ter e se consegue, pelo facto de ser portuguesa, não prejudicar Portugal” na questão dos fundos.

“Vai ter de ter muita habilidade para gerir uma pasta onde Portugal é notoriamente um país interessado”, alertou.

Questionado se está ‘desencantado’, conforme afirmou o eurodeputado do PSD Paulo Rangel, Rio diz preferir aguardar pelo exercício do cargo por Elisa Ferreira.

“Nem fiquei nem deixei de ficar, vai ser medido com a forma como vai ser exercida a pasta. Ele pode estar com uma visão mais pessimista da margem de manobra que a dra. Elisa Ferreira pode ter, eu neste momento prefiro aguardar”, disse.

Paulo Rangel manifestou hoje “desencanto” com a pasta atribuída a Portugal na Comissão Europeia, considerando que “limita a margem de manobra” nos fundos estruturais, e mostrou-se também “dececionado” por não haver uma vice-presidência.

A nova Comissão Europeia deverá entrar em funções em 01 de novembro, depois do necessário aval da assembleia europeia.

Elisa Ferreira, 63 anos, foi ministra dos governos chefiados por António Guterres, primeiro do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002, foi eurodeputada entre 2004 e 2016, tendo ocupado desde setembro de 2017 o cargo de vice-governadora do Banco de Portugal.

A futura comissária, a primeira mulher portuguesa a integrar o executivo comunitário desde a adesão de Portugal à comunidade europeia (1986), sucederá a Carlos Moedas, que foi comissário indicado pelo anterior governo PSD/CDS-PP, e que teve a seu cargo a pasta da Investigação, Ciência e Inovação e foi nomeado em novembro de 2014.

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