
As autoridades policiais indianas dizem estar a investigar alegadas ligações entre dezenas de colégios no Canadá e duas “entidades” em Bombaim, acusadas de transportar ilegalmente estudantes através da fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos da América (EUA).
Um comunicado de imprensa divulgado a 24 de dezembro pela Direção de Execução da Índia — uma organização multidisciplinar que investiga o branqueamento de capitais e violações das leis cambiais — afirmou que buscas em várias cidades revelaram provas “incriminatórias” de “tráfico de seres humanos”.
As autoridades indianas disseram que lançaram a sua investigação após Jagdish Baldevbhai Patel, de 39 anos, ter sido encontrado morto, juntamente com a sua mulher e dois filhos, perto de um posto fronteiriço entre Manitoba e os EUA, a 19 de janeiro de 2022.
O incidente foi designado na Índia como o caso Dingucha. A Direção de Execução afirmou ainda que os responsáveis pelo caso desta família terão alegadamente organizado a admissão de pessoas em colégios canadianos, o que ajudou a obter vistos de estudante. O comunicado não especificou as escolas alegadamente envolvidas.
A investigação revelou que, todos os anos, cerca de 25 mil estudantes eram encaminhados por uma “entidade” e mais de 10 mil estudantes por outra para vários estabelecimentos de ensino superior fora da Índia, segundo o comunicado.
A rede inclui cerca de 1.700 agentes em Gujarat e cerca de 3.500 em toda a Índia, dos quais 800 estão ativos, alegou o comunicado.
O comunicado afirmou que “cerca de 112 colégios sedeados no Canadá” celebraram acordos com uma entidade, enquanto “mais de 150” colégios o fizeram com outra entidade.
O comunicado não esclareceu se alguns colégios têm ligações a ambas as entidades.
A notícia da investigação indiana surge em meio a tensões com os EUA sobre a segurança das fronteiras, uma reformulação federal da política de estudantes internacionais e tensões diplomáticas com a Índia devido ao alegado ataque de Nova Deli a ativistas sikh no Canadá.
