RECUPERAÇÃO PARCIAL DA ECONOMIA INTERROMPIDA EM NOVEMBRO E DEZEMBRO

Redação, 20 jan 2021 (Lusa) — Os meses de novembro e dezembro de 2020 marcaram uma “interrupção da recuperação parcial” da atividade económica observada desde maio, embora a confiança dos consumidores e o clima económico tenham melhorado no último mês do ano, informa o INE.

“Em Portugal, não considerando médias móveis de três meses, a informação disponível para novembro e dezembro revela uma interrupção da recuperação parcial da atividade económica observada desde maio. No entanto, os indicadores de confiança dos consumidores e de clima económico aumentaram em dezembro face ao mês anterior”, lê-se na Síntese Económica de Conjuntura do Instituto Nacional de Estatística (INE), que sintetiza um conjunto de indicadores quantitativos que refletem a evolução da economia.

Segundo o INE, “o mesmo sucedeu com os indicadores de confiança na indústria transformadora, na construção e obras públicas e, de forma ligeira, no comércio”, tendo a exceção ocorrido nos serviços, em que o indicador diminuiu.

Novembro é apontado pelo INE como tendo sido, no quarto trimestre de 2020, “o mês mais negativo para a atividade económica”.

O indicador de atividade económica registou um nível próximo ao observado no mês anterior (-1,7 pontos, face aos -1,8 pontos de outubro), suspendendo o perfil de recuperação observado entre abril e setembro, após ter registado o mínimo da série em abril, refere.

Por sua vez, o indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos às empresas, já disponível para dezembro, aumentou ligeiramente (situando-se nos -0,1 pontos], após ter interrompido no mês anterior o perfil de recuperação observado desde maio.

Entre os indicadores analisados, o INE recorda que o montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais de pagamento automático na rede multibanco registou, em termos homólogos, reduções de 11,8% e 7,8% em novembro e dezembro, respetivamente (decréscimo de 6,3% em outubro).

Já as vendas de veículos automóveis caíram em dezembro 19,6% nos automóveis ligeiros de passageiros, 19,1% nos comerciais ligeiros e 15,7% nos veículos pesados (-27,9%, -1,4% e +16,7% em novembro, respetivamente).

O INE reporta também que, de acordo com as estimativas mensais do Inquérito ao Emprego, a taxa de desemprego (15 a 74 anos), ajustada de sazonalidade, situou-se em 7,2% em novembro, menos 0,3 pontos percentuais do que em outubro (8,1% em agosto de 2020 e 6,7% em novembro de 2019).

A taxa de subutilização do trabalho foi de 14,0%, menos 0,9 pontos percentuais do que no mês anterior (12,5% no período homólogo de 2019), e a estimativa da população empregada (15 a 74 anos), também ajustada de sazonalidade, diminuiu 0,9% em termos homólogos (taxa de -1,7% em outubro), mas aumentou 0,6% face ao mês anterior.

Em 2020, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma variação média anual nula (0,3% em 2019) e uma variação homóloga de -0,2% em novembro e dezembro.

Quanto ao índice de preços na produção da indústria transformadora, apresentou em dezembro uma taxa de variação homóloga de -4,9% (-5,2% no mês anterior), excluindo a componente energética, de -0,8% em novembro e dezembro.

Na Área Euro (AE), em dezembro o indicador de sentimento económico da aumentou, “quase compensando” a diminuição registada em novembro, e o indicador de confiança dos consumidores “recuperou significativamente”, após ter diminuído nos dois meses anteriores.

Os preços das matérias-primas e do petróleo apresentaram variações em cadeia de 8,8% e 13,9%, respetivamente (5,8% e 5,7% em novembro).

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