
Jerusalém, Israel, 15 nov 2025 (Lusa) — O Presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, falaram hoje por telefone sobre a situação no Médio Oriente, incluindo o cessar-fogo na Faixa de Gaza, mas também os desenvolvimentos no Irão e na Síria.
A presidência russa informou em comunicado que os dois líderes “trocaram opiniões sobre a situação no Médio Oriente, incluindo os destacamentos na Faixa de Gaza no contexto do cessar-fogo e do acordo de troca de prisioneiros”.
Além disso, o Kremlin indicou que foi também discutida “a situação em torno do programa nuclear iraniano e questões relacionadas com a promoção de uma maior estabilização na Síria”.
O gabinete de Netanyahu confirmou a chamada e realçou que esta partiu “por iniciativa do Presidente Putin”, dando continuidade a “uma série de conversas recentes” para abordar questões regionais.
Esta é a segunda conversa telefónica entre ambos desde o início de outubro, quando Putin reiterou a Netanyahu o apoio do Kremlin a uma solução para o conflito israelo-palestiniano baseada no reconhecimento do Estado da Palestina.
Os dois líderes são alvo de mandados de detenção emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e contra a humanidade, no caso de Putin relacionados com a invasão russa da Ucrânia, e no de Netanyahu com a ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
Após dois anos de conflito, o enclave palestiniano vive um cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro, que inclui trocas de reféns e prisioneiros com os islamitas do Hamas, a retirada parcial do exército israelita do território e o reforço da ajuda humanitária.
Uma segunda etapa do plano impulsionado pelos Estados Unidos, e ainda por acordar, prevê a continuação da retirada israelita, a desmilitarização do Hamas, a discussão da governação do território e da constituição de uma força internacional a destacar para o enclave.
A par do conflito na Faixa de Gaza, Israel envolveu-se noutras frentes militares nos últimos dois anos, que incluíram bombardeamentos contra instalações nucleares iranianas e ataques aéreos contra movimentos apoiados pela República Islâmica nos países próximos, como o Hezbollah no Líbano e os Huthis no Iémen.
No que toca à Síria, o regime de Bashar al-Assad, um aliado de Moscovo e de Teerão, foi derrubado em dezembro do ano passado por uma coligação rebelde de inspiração jihadista e Israel mantém desde então posições militares no sul do país, tal como também acontece no Líbano.
HB // MCL
Lusa/Fim
