PRESIDENTE DA UNIÃO AFRICANA DEFENDE REVISÃO DA CONSTITUIÇÃO DA GUINÉ-BISSAU

LusaParis, 16 nov (Lusa) — O presidente da União Africana, Alpha Condé, admitiu hoje que a organização pan-africana e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) não conseguiram pôr fim ao impasse político na Guiné-Bissau e defendeu mudanças na Constituição do país.

“A CEDEAO falhou a oportunidade: devíamos, durante a transição, ter ajudado os nossos amigos da Guiné-Bissau a modificar a Constituição”, sustentou Condé, em declarações à Radio France Internationale (RFI) em Paris, explicando que “a Constituição da Guiné-Bissau é como a Constituição portuguesa: o Presidente não tem poderes, é um pouco como a rainha de Inglaterra ou o Presidente alemão – e isto quando ele é eleito por sufrágio universal, o que já é uma contradição”.

No entanto, embora essa revisão constitucional não tenha sido efetuada, “há acordos que foram assinados”, frisou o responsável, que além de presidente em exercício da UA é também chefe de Estado da Guiné-Conacri, referindo-se ao Acordo de Conacri e aos anteriores, assinados em Bissau.