PR guineense diz que as suas prerrogativas só cessam com posse de novo chefe de Estado

Bissau, 11 ago 2025 (Lusa) — O Presidente guineense afirmou hoje que as suas prerrogativas só cessam com a posse de um novo chefe de Estado eleito e que até lá vai continuar a assinar decretos, contrariamente ao que diz a oposição.

“Oiço as pessoas dizerem que o mandato do Presidente termina no dia 04 [de setembro]. Sim. Mas isso não quer dizer que o Presidente sai do Palácio ou não pode decretar. Não é assim. O Presidente assina decretos até o dia que deixar funções de Presidente, com a posse de um novo Presidente”, declarou Umaro Sissoco Embaló.

O Presidente guineense falava no ato da posse dos novos membros do Governo liderado pelo primeiro-ministro, Braima Camará, e aproveitou para reagir às exortações de partidos da oposição que afirmam que deixará de ser Presidente a partir de 04 de setembro.

Nesse dia, afirma a oposição, completam-se os cinco anos de mandato presidencial de Embaló, conforme defende o próprio a partir de uma decisão proferida pelo Supremo Tribunal de Justiça.

Aquele órgão pronunciou-se sobre um contencioso eleitoral em 2019 e considerou Umaro Sissoco Embaló vencedor das eleições presidenciais de 2019, então disputadas, numa segunda volta com Domingos Simões Pereira.

Para a oposição, o mandato de Embaló terminou a 27 de fevereiro de 2025, mas admitiu que, como o proprio afirma, o mandato só cesse em 04 de setembro.

Vários partidos têm afirmado que este deixa de ser Presidente da Guiné-Bissau a partir dessa data e alguns afirmam que deverá abandonar o Palácio ou ficará sem capacidade para tomar decisões em nome do Estado guineense.

“Enquanto não se fizerem as eleições eu sou chefe de Estado em qualquer circunstância”, respondeu hoje Sissoco Embalo.

As eleições legislativas e presidenciais estão marcadas para 23 de novembro.

Falando para o novo primeiro-ministro, Embaló alertou que a Constituição do país diz que “o chefe do executivo é o Presidente da República e o chefe do Governo é o primeiro-ministro”, salientando que não foi ele quem escreveu a Lei Magna.

Sissoco Embaló afirmou que Braima Camará, “poderá ser um bom primeiro-ministro” porque, disse, ambos se conhecem bem. Contudo, avisou-o que deverá “ter senso de limite” das suas competências.

Embaló desejou voltar a encontrar-se com Braima Camará na cerimónia de posse no Palácio da presidência, após as eleições de novembro.

“Mas tudo dependerá de ti, primeiro-ministro, a quem desejo as maiores felicidades”, sublinhou o Presidente guineense.

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