
Na noite de 25 de fevereiro, realizou-se o segundo e último debate dos liberais na corrida à liderança do partido, em Montreal. Em termos gerais, os candidatos traçaram contrastes mais acentuados entre si do que no debate em francês de 24 de fevereiro.
Vinte e quatro horas depois de terem debatido em francês no mesmo palco, os candidatos Mark Carney, Chrystia Freeland, Karina Gould e Frank Baylis deram início ao debate em inglês com os seus planos para fazer frente a Donald Trump, que ameaçou impor tarifas na primeira semana de março.
Carney e Freeland estão de acordo em retaliar com a imposição de tarifas aduaneiras dólar a dólar. Carney defendeu ainda a união das províncias canadianas para reforçar a economia do país, enquanto Freeland acrescentou que trabalharia com outros países para criar uma frente comum e transformar o Canadá num líder de uma nova ordem mundial.
Gould também defendeu a importância do trabalho conjunto das províncias na elaboração de um plano e sublinhou que o Canadá tem de aproveitar os recursos de que os EUA necessitam. Baylis, por sua vez, disse que a estratégia passa por jogar como Trump e negociar com devolução de ameaças, como retirar a oferta de 1,3 mil milhões de dólares do Canadá para a aplicação da lei nas fronteiras.
Na habitação, para tornar a compra de casa própria mais viável para um maior número de canadianos, Gould defendeu o aumento do Incentivo à Compra de Casa pela Primeira Vez (FTHBI), e Baylis, o aumento dos apoios à habitação social e aos compradores de casas pela primeira vez como solução. Freeland defendeu a redução dos impostos para os compradores de casas pela primeira vez, e Carney, a eliminação do imposto sobre o valor acrescentado (GST) na compra de casas pela primeira vez.
Sobre o imposto de carbono, Carney e Freeland afirmaram ter intenção de acabar com o imposto, enquanto Baylis o adaptaria para investimento de fundos em programas e empresas. Por sua vez, Gould afirmou que não tem intenção de cancelar o imposto sobre o carbono, mas sim de cancelar o aumento previsto para 1 de abril.
Na saúde, Carney, Freeland e Gould afirmaram que o governo precisa de facilitar o trabalho dos profissionais de saúde em todo o país e o reconhecimento das credenciais dos profissionais de saúde estrangeiros no Canadá. Baylis disse que o Canadá precisa de dar aos enfermeiros um papel mais importante no sistema, alargar o âmbito de atuação dos farmacêuticos e investir nos cuidados domiciliários.
A nível orçamental, Freeland afirmou pretender aproveitar a recente onda de patriotismo canadiano para construir uma economia mais forte, com mais emprego e investimento. Carney disse que é importante concentrar-se nos resultados dos programas, gastar menos e investir mais. Baylis referiu que a estratégia passa por trazer a disciplina fiscal de volta a Ottawa.
Quanto a questões de defesa, perante a questão de igualar o plano do Reino Unido de gastar 2,5% do PIB em defesa até 2027, Carney disse que vai gastar os dólares da defesa “o mais rapidamente possível”. Freeland disse que planeia atingir os 2% até 2027, e Gould afirmou que está empenhada em aumentar as despesas com a defesa até 2027. Baylis disse que não acha possível atingir os 2% em três ou quatro anos.
