Polícias de Cabo Verde recebem equipamentos para atuar em cenas de crimes

Praia, 13 out 2023 (Lusa) — A Interpol entregou um primeiro lote de equipamentos de identificação e abordagem nas cenas de crimes à Polícia Judiciária (PJ) e à Polícia Nacional (PN) de Cabo Verde, financiados pela União Europeia, foi hoje anunciado.

A Polícia Judiciária avançou, em comunicado, que os equipamentos foram entregues pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), na cidade da Praia, no âmbito do projeto AFIS, um Sistema de Identificação Automatizada de Impressão Digital.

Segundo a mesma fonte, o primeiro lote de equipamentos será utilizado pelas polícias técnicas no isolamento de locais, na identificação de pessoas e objetos, no tratamento e recolha de vestígios biológicos e impressões digitais nas cenas dos crimes, permitindo ainda a elaboração de croquis, fichas de identificação de indivíduos suspeitos e recolha de dados biométricos.

Financiados pela União Europeia, os materiais foram entregues no âmbito da implementação do Programa Sistema de Informações Policiais para África Ocidental (SIPAO/WAPIS), projeto da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), também financiado pela União Europeia, e que conta com o apoio técnico da Interpol.

Em maio, o Governo de Cabo Verde inaugurou o Centro de Coleta e Registos de Dados Policiais, situado na sede da PJ, construído e equipado no âmbito também do mesmo programa regional, lançado em 2012, esperando ajudar a combater a criminalidade nacional e transnacional.

Cabo Verde aderiu ao programa, através da assinatura do memorando do acordo com a Interpol, aprovado para ratificação em 2020, para a criação de uma plataforma nacional e o seu sistema de partilha de informações policiais entre os sistemas existentes.

Com um total de 18 funcionários, neste momento a estrutura vai recolher e partilhar dados e informações policiais e criminais de forma automática da PJ, da PN, da Inspeção Geral das Atividades Económica (IGAE) e da Direção Nacional das Receitas do Estado (DNRE), mas perspetiva-se o seu alargamento a outros serviços e ilhas do arquipélago.

A plataforma vai estar ligada ao gabinete nacional da Interpol, de modo a permitir a troca mundial dos dados nacionais legalmente autorizados, através do Sistema de Comunicação Policial Global Seguro I-24/7 da Interpol.

O programa foi concebido para ser operado a nível nacional, regional e global, cobrindo os 15 Estados-membros da CEDEAO e a Mauritânia, e decorre da preocupação perante a escalada de criminalidade organizada e do terrorismo transnacional nessa região.

RIPE // MLL

Lusa/Fim