PM italiana só apoia uso de ativos russos para ajudar Kiev se for legal

Roma, 17 dez 2025 (Lusa) — A primeira-ministra italiana opôs-se hoje à imposição de formas de financiamento da Ucrânia, admitindo a utilização de ativos russos congelados, desde que esteja salvaguardada a sua legalidade.

Num discurso feito hoje ao parlamento, na véspera do Conselho Europeu para decidir sobre a utilização de ativos russos na defesa da Ucrânia, Giorgia Meloni admitiu que a Itália está aberta a todas as possibilidades, mas vai dar prioridade à solução “que melhor assegure o equilíbrio entre o apoio a Kiev e o respeito pela legalidade, sustentabilidade e estabilidade financeira”.

“São decisões complexas que não podem ser impostas”, sublinhou.

A primeira-ministra italiana admitiu que pretende obter esclarecimentos sobre os potenciais riscos associados à utilização proposta da liquidez gerada pelos ativos, particularmente a possibilidade de retaliação da Rússia ou de a medida impor novos encargos aos orçamentos nacionais.

“A Itália mantém o compromisso de exercer pressão económica sobre a Rússia, mas qualquer instrumento de apoio a Kiev deve sempre respeitar os nossos valores e o Estado de Direito”, disse.

A pressão sobre a Rússia é, segundo a líder do Governo de Roma, “a única coisa que pode forçar Moscovo a um acordo” de paz com a Ucrânia.

Os chefes de Estado e de Governo dos 27 países da União Europeia vão reunir-se na quinta e sexta-feira, em Bruxelas, para tentar decidir sobre a utilização de ativos russos congelados devido às sanções europeias à Rússia, que ascendem a 210 mil milhões de euros, para apoiar financeiramente a Ucrânia nos próximos dois anos.

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