PM britânico pede a André de Inglaterra que partilhe informações sobre caso Epstein

Londres, 23 nov 2025 (Lusa) – O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pediu a André Mountbatten-Windsor que partilhe as informações que tenha sobre o caso Epstein, depois de o até recentemente príncipe André se ter recusado a testemunhar no âmbito desta investigação.

Sem fazer referência direta ao irmão do rei Carlos III, Starmer defendeu que, como “princípio geral”, qualquer pessoa que tenha “informações relevantes” sobre o caso deve “estar disposta a revelá-las”.

“Não farei comentários sobre o caso em particular. Mas o princípio geral que tenho defendido há muito tempo é que qualquer pessoa que tenha informações relevantes relacionadas com este tipo de casos deve fornecer essas provas a quem delas necessitar. Essa seria a minha posição geral a este respeito”, afirmou o primeiro-ministro britânico, em declarações à comunicação social feitas em Joanesburgo, na África do Sul, onde participa na cimeira do G20.

Apesar de André Mountbatten-Windsor ter negado repetidamente o envolvimento em qualquer crime, o rei Carlos III retirou oficialmente o título de príncipe ao irmão no início deste mês, no quadro de constantes acusações e suspeitas sobre as suas ligações com o antigo financeiro Jeffrey Epstein, preso e à espera de ser julgado por crimes sexuais e abuso de menores quando foi encontrado enforcado numa cela.

A família real britânica não só iniciou o processo formal para retirar os títulos de André, como também o expulsou da mansão onde residia em Windsor, a oeste de Londres, numa ação que defendeu como “necessária”, apesar de o antigo príncipe continuar a negar as acusações contra si.

O próprio André anunciou em outubro que renunciava aos títulos, entre eles o de duque de York, por considerar que “as contínuas acusações” contra ele “distraíam” o trabalho do rei e da família real, mas antes ainda, em 2019, tinha anunciado que abandonava as atividades públicas devido ao escândalo.

Jeffrey Epstein, que chegou a conviver com personalidades como o príncipe André de Inglaterra — filho de Isabel II —, Bill Clinton ou Donald Trump, foi condenado em 2008 por prostituição de uma menor na Flórida após um acordo controverso com o Governo federal, e preso novamente em julho de 2019. Aguardava novo julgamento por acusações federais de tráfico sexual com uma possível pena de até 45 anos de prisão, quando foi encontrado enforcado na cela de uma prisão de Nova Iorque.

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