Os ensaios da vacina contra a Covid-19 para crianças estão em andamento. No entanto, ainda existem algumas dúvidas sobre as diferenças entre as vacinas administradas nos mais velhos e nos mais pequenos.
Oito meses desde que as primeiras vacinas contra a Covid-19 começaram a ser lançadas no Canadá, a segurança e a eficácia das doses entre bebés e crianças ainda estão a ser investigadas.
No Canadá, até agora, apenas a vacina da Pfizer-BioNTech foi autorizada para uso em crianças com, pelo menos, 12 anos. Já a Moderna submeteu um pedido de aprovação à Health Canada em junho.
As crianças com menos de 12 anos estão à espera de uma oportunidade e, por isso, vários testes clínicos estão já em andamento.
A vacinação deste grupo permite uma reabertura mais segura das escolas, um regresso à normalidade e controlar a propagação da doença para adultos mais vulneráveis, dizem os especialistas.
Embora as crianças tenham menos probabilidade de apresentar sintomas graves de Covid-19, a doença não é totalmente benigna nelas.
Os testes a humanos em ensaios clínicos são divididos em três fases. Os ensaios das fases 1 e 2 envolvem entre 10 a 100 voluntários saudáveis e concentram-se em eventos adversos e em respostas imunológicas.
Os ensaios da fase 3 recrutam milhares de participantes para receberem a vacina.
De acordo com os especialistas, apenas os testes da Fase 3 podem dar garantias de que uma vacina funciona e é segura.
As crianças também passam por três fases dos testes da vacina, mas o tamanho da amostra não é tão grande.
Como a eficácia das doses já foi testada em ensaios clínicos em grande escala entre a população adulta, as mesmas etapas não são necessárias para as crianças. Em vez disso, os estudos pediátricos concentram-se na dosagem específica necessária.
O maior fardo da doença do novo coronavírus recai sobre os idosos, que correm um maior risco de ficarem hospitalizados e de morrerem.
Como existia uma urgência maior em vacinar os idosos e a população adulta, as crianças não foram incluídas nos estágios iniciais dos ensaios da vacina contra a Covid-19. Além disso, outro motivo para a exclusão foi a segurança.
As crianças tendem a ter uma resposta imunológica muito mais forte do que os adultos, razão pela qual não podem receber a mesma dose que os mais velhos, porque podem reagir num nível muito mais alto, dizem os especialistas.
De acordo com dados dos ensaios da Fase 3 da Pfizer conduzidos em adultos, que incluíram mais de 2 mil participantes entre os 12 e os 15 anos de idade, o perfil de segurança da vacina nos adolescentes foi semelhante ao das pessoas mais velhas.
Só que os jovens adultos e adolescentes tendem a sentir mais efeitos colaterais, que, no entanto, são breves e facilmente controláveis.
Tanto a Pfizer como a Moderna iniciaram os ensaios das vacinas para crianças menores de 12 anos em março.
De acordo com as farmacêuticas, os resultados são esperados no outono. Mas antes que as injeções possam ser distribuídas, a Health Canada tem que dar a palavra final.