
Kiev, 10 mai 2022 (Lusa) – Pelo menos 100 civis ainda permanecem abrigados nas instalações do complexo siderúrgico de Azovstal, em Mariupol, no sul da Ucrânia, informou um assessor do autarca do município, Petro Andryushchenko, citado hoje pela imprensa local.
A cidade portuária estratégica localizada junto do mar de Azov encontra-se sitiada pelas tropas russas praticamente desde o início da ofensiva de Moscovo, em 24 de fevereiro, e as instalações do complexo siderúrgico têm servido como refúgio para centenas de civis e militares ucranianos, que estão ainda a resistir ao cerco.
“Mariupol. Azovstal. Além dos militares, pelo menos 100 civis permanecem abrigados. No entanto, isso não reduz a densidade dos ataques dos invasores”, declarou o assessor municipal na rede social Telegram, citado hoje pela agência de notícias Interfax-Ucrânia.
Andryushchenko também disse que “a artilharia pesada e a aviação continuaram a bombardear a siderúrgica durante todo o dia [de segunda-feira]. As tentativas de ataque terrestre continuam sem sucesso. Mas a cidade ouve o som dos canhões novamente”, afirmou o assessor.
A situação no complexo industrial de Azovstal, o último bastião da resistência ucraniana em Mariupol, não pode ser confirmada através de fontes independentes, já que as tropas russas controlam praticamente toda a cidade e estão a tentar impor a sua autoridade e regras no terreno.
No fim de semana passado, o Governo da Ucrânia tinha confirmado que todas as mulheres, crianças e idosos que ainda permaneciam refugiados nas instalações de Azovstal tinham sido retirados do local.
De acordo com Kiev, um grupo de soldados ucranianos permanece na área, a maioria deles elementos do regimento Azov, grupo considerado ultranacionalista que foi integrado no exército ucraniano.
Por outro lado, e de acordo com a autarquia de Mariupol, nas últimas 24 horas um total de 34 aparelhos aéreos sobrevoaram o complexo de Azovstal.
“O inimigo não para de tentar capturar a fortaleza ucraniana e continua a realizar ataques diários com o apoio da infantaria”, indicou ainda a autarquia na rede social Telegram.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e a ofensiva militar provocou já a morte de mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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