Paulo Raimundo considera que externalização da manutenção da Carris foi opção errada

 Palmela, Setúbal, 08 set 2025 (Lusa) — O secretário-geral do PCP considerou hoje que a “externalização da manutenção da Carris foi uma opção errada” e reiterou a ideia de que o presidente da Câmara de Lisboa deveria ter-se demitido após o acidente que causou 16 mortos.  

  “Se Carlos Moedas fosse coerente com as suas afirmações, teria que, em consciência, tomar uma decisão sobre essa matéria”, disse Paulo Raimundo, deixando implícita a ideia de que o autarca está a ser incoerente e que deveria ter-se demitido na sequência do descarrilamento do elevador da Glória, na passada quarta-feira, em Lisboa, que causou 16 mortos.

   Paulo Raimundo referia-se às declarações do atual presidente da Câmara de Lisboa proferidas em 2021, após a polémica do chamado “Russiagate”, quando Carlos Moedas (PSD) pediu a demissão do então presidente do município, Fernando Medina (PS), considerando que era necessário “um novo tipo de políticos, que assumiam as suas responsabilidades, mesmo perante um erro técnico”.

 O líder comunista, que falava à agência Lusa durante uma visita às Festas das Vindimas, em Palmela, no distrito de Setúbal, criticou também a externalização da manutenção da Carris, responsabilizando PS e PSD por essa decisão.

 “Nós estamos ainda à espera das conclusões finais, das investigações que estão a ser feitas, mas podemos já partir de um princípio, que eu acho que é correto, de que a opção de externalização da manutenção de Carris foi uma opção errada”, disse.

  “E essa opção errada – temos de ser justos -, não foi [apenas] da responsabilidade do PSD; foi da responsabilidade do PS e do PSD. E, portanto, eu diria que as responsabilidades políticas são mais amplas”, acrescentou Paulo Raimundo.

Acompanhado pela candidata da CDU à presidência da Câmara de Palmela nas eleições autárquicas de 12 de outubro, Ana Teresa Vicente, o líder do PCP percorreu vários espaços de produtos regionais nas Festas das Vindimas e afirmou-se confiante em nova vitória num município de maioria comunista desde as primeiras eleições autárquicas após a revolução de 1974.

 “Nós estamos muito confiantes, confiantes pela obra que temos realizado, confiantes pela nossa forma de trabalhar, confiantes por uma equipa ligada às populações. Nós não fazemos tudo bem, não temos essa pretensão, mas estamos convencidos que temos um projeto, como está à vista aqui no concelho de Palmela, que responde às necessidades das populações”, disse.

 “E estamos empenhados em reforçar [a atual maioria CDU] com uma equipa renovada, mas uma equipa conhecedora. Estamos na disputa eleitoral, não apenas para manter a gestão autárquica, mas para reforçar a capacidade de intervir ainda mais aqui no concelho de Palmela”, frisou.

Para o líder comunista, as próximas eleições autárquicas constituem também uma oportunidade para reforçar a posição da CDU na Câmara de Lisboa e “contrariar” o que considerou ser o “ciclo PSD-PS”, as duas forças políticas que pouco antes tinha responsabilizado pela externalização da manutenção da Carris.

  

 

 

GR (TA/JPS)// RBF

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