
As eleições federais alteraram o mapa político no Canadá e abriram caminho a novas disputas e reposicionamentos.
O Partido Conservador reuniu-se na manhã de 6 de maio em Ottawa, uma semana depois da derrota eleitoral frente aos liberais. O líder Pierre Poilievre perdeu o círculo de Carleton, em Ontário, e fica fora da Câmara dos Comuns. Apesar disso, vários deputados defendem que deve continuar como líder. Poilievre diz que está grato, promete “aprender e crescer” e já se prepara para regressar ao Parlamento. Mas, entretanto, o partido terá de escolher quem assume a liderança da oposição na primavera.
A oportunidade para o regresso de Poilievre pode surgir em Alberta. O deputado eleito Damien Kurek ofereceu o lugar para que o líder conservador possa concorrer numa eleição intercalar. A votação ainda não tem data, mas o primeiro-ministro Mark Carney garante que será marcada em breve.
O reposicionamento de Poilievre surge num momento de tensão crescente entre o Governo federal e o de Alberta. Apesar da vitória liberal, a premier Danielle Smith diz que há um sentimento de exclusão no oeste do país. Anunciou que, se houver assinaturas suficientes, pode avançar para um referendo sobre a separação de Alberta em 2026. Diz querer uma província soberana, mas dentro do Canadá. E acusa Ottawa de aplicar políticas que prejudicam a economia e o setor energético da região.
Enquanto isso, o NDP tenta reorganizar-se. O partido perdeu o estatuto oficial no Parlamento e elegeu apenas sete deputados. O novo líder interino é Don Davies, de British Columbia (B.C.). Substitui Jagmeet Singh, derrotado nas eleições.