
Ontário está a avançar com um novo programa de cuidados domiciliários para aliviar a pressão nos hospitais. A medida surge numa altura em que quase cinco mil pessoas continuam internadas, apesar de já não precisarem de cuidados hospitalares.
O plano chama-se ‘High-Intensity Bundled Home Care’. Prevê dois níveis de financiamento: 1.500 dólares por semana para doentes com necessidades de apoio em saúde mental ou dependências; e 5.000 dólares por semana – cerca de 700 por dia – para idosos de alta necessidade ou doentes complexos.
Estes valores cobrem equipas especializadas, medicamentos, equipamento, refeições, apoio 24 horas e transporte para consultas.
Segundo a imprensa canadiana, a meta é começar a mover estes doentes para a comunidade até 8 de dezembro. A fase 1 do programa tem como alvo cerca de 570 idosos com necessidades elevadas.
Mas surgem dúvidas sobre a capacidade de resposta. Médicos, investigadores e trabalhadores do setor lembram que faltam profissionais e que os cuidados domiciliários já registam atrasos, falhas e problemas de segurança.
Com a aproximação do inverno e o aumento previsto de casos de gripe, vírus sincicial respiratório e Covid-19, libertar camas é considerado essencial. Ainda assim, especialistas sublinham que se trata de uma solução muito cara.
O plano é introduzido numa altura em que o Canadá enfrenta taxas elevadas de de sarampo e perdeu o estatuto de país livre da doença. A Organização Pan-Americana de Saúde detetou a transmissão sustentada da mesma estirpe durante mais de um ano. O país registou mais de cinco mil casos ao longo de 2025, sobretudo em Ontário e Alberta. Dois recém-nascidos, filhos de mães sem vacinas, morreram por causa da doença. As autoridades apontam as baixas taxas de vacinação como a principal causa do problema.
