“O Agente Secreto” é o candidato do Brasil aos Óscares de Melhor Filme Internacional

Brasília, 15 set 2025 (Lusa) – O filme “O Agente Secreto”, do realizador Kleber Mendonça Filho, foi o escolhido para representar o Brasil no processo de de escolha dos nomeados de Melhor Filme Internacional, nos Óscares de 2026, indicou hoje a Academia Brasileira de Cinema.

A aclamada longa-metragem, que conquistou quatro prémios no Festival de Cannes, destacou-se entre outros 15 filmes nacionais que foram pré-selecionados para os prémios do próximo ano.

Entre eles estava “O Último Azul”, do realizador Gabriel Mascaro, também premiado no exterior com o segundo maior prémio no Festival de Berlim.

“O Agente Secreto” é protagonizado por Wagner Moura, que recebeu o prémio de melhor ator em Cannes, com uma longa carreira em Hollywood, graças a filmes como “Guerra Civil” (2024) e “Elysium” (2013), para além de ter atuado como “o capitão Nascimento” no conhecido filme brasileiro “Tropa de Elite” (2007).

O brasileiro é ainda conhecido mundialmente pela sua interpretação de Pablo Escobar na série “Narcos”, produzida pela Netflix.

“O Agente Secreto” só vai ter estreia comercial a 06 de novembro, em Portugal, em simultâneo com o Brasil, mas a distribuidora portuguesa Nitrato Filmes programou sessões de antestreia em Lisboa e no Porto, em julho, com a presença do realizador, que reparte a vida entre a Europa e o Brasil.

Além de Wagner Moura, o elenco, extenso, integra Alice Carvalho, Tânia Maria, Maria Fernanda Cândido e a atriz portuguesa Isabél Zuaa, entre outros.

A história de “O Agente Secreto” passa-se em 1977, num tempo ainda de ditadura militar, em que um investigador de tecnologia de uma universidade pública, Marcelo Alves (o ator Wagner Moura), viaja até ao Recife para se reencontrar com a família, tentando deixar para trás um passado misterioso.

O investigador chega durante o carnaval, fica hospedado numa casa-refúgio para dissidentes e marginalizados e, enquanto tenta manter o contacto com o filho pequeno, percebe que está a ser vigiado e em perigo de vida.

O filme é apresentado como um “thriller político” de época, mas Kléber Mendonça Filho considera-o uma “crónica de cinema com a lógica do Brasil”, cuja narrativa tem muitas camadas de histórias, atmosferas e lembranças “quase palpáveis”, do Recife em 1977, quando ele tinha nove anos.

Não é um filme em particular sobre a ditadura ou sobre corrupção e criminalidade; nem sobre progresso e agendas políticas; nem é só sobre o amor ao cinema e às salas antigas, sobre a cultura popular ou sobre os filmes bizarros de horror de série Z; é tudo isso ao mesmo tempo, no Brasil.

O filme tem o desafio de repetir o feito da edição passada, quando o cinema brasileiro foi premiado com o Óscar de melhor filme internacional com “Ainda estou aqui” (do realizador Walter Salles), além de ter recebido duas nomeações para melhor filme e melhor atriz pela atuação de Fernanda Torres.

Na semana passada, a Academia Portuguesa de Cinema (APC) escolheu o filme “Banzo”, da realizadora Margarida Cardoso, como candidato de Portugal à categoria de Melhor Filme Internacional dos Óscares, cuja cerimónia se realiza em março do próximo ano, em Hollywood, Los Angeles (EUA).

A escolha do filme que irá representar Portugal na 98.ª edição dos Prémios da Academia Americana de Cinema foi feita após votação dos membros da Academia Portuguesa de Cinema (APC), que decorreu entre 22 de agosto e 10 de setembro, tendo “Banzo” reunido o maior número de votos, revelou a APC.

Na corrida estavam ainda as longas-metragens “Hanami”, de Denise Fernandes, “Os Papéis do Inglês”, de Sérgio Graciano, “Sobreviventes”, de José Barahona, e “Sonhar com Leões”, de Paolo Marinou-Blanco.

As nomeações para os Óscares, às quais “Banzo” é candidato, serão conhecidas em 23 de janeiro de 2026, segundo o calendário da Academia de Hollywood, com a lista de finalistas às nomeações a ser anunciada no próximo dia 21 de dezembro.

A 98.ª edição dos Óscares realiza-se em 15 de março de 2026, no Dolby Theatre, em Hollywood.

 

MIM (AL/SS) // MAG

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