Moçambique precisa de mais de 2.000 ME para obras em estradas e pontes até 2029

Maputo, 13 ago 2025 (Lusa) – A primeira-ministra moçambicana reconheceu hoje que são necessários 154 mil milhões de meticais (2.056 milhões de euros) até 2029 para construção, manutenção e reabilitação de pontes e estradas, sendo um “grande desafio” na atual conjuntura.

“Ao elegeremos as infraestruturas rodoviárias como uma das nossas prioridades, pretendemos garantir um desenvolvimento territorial sustentável e equilibrado, assegurando a inclusão e equidade no acesso aos serviços públicos e uma organização territorial eficaz”, disse Benvinda Levi, após dar posse, em Maputo, a Paulo Fumane como novo presidente da Administração Nacional de Estradas (ANE).

Nesse sentido, acrescentou que “constitui uma das prioridades” da ação governativa “garantir a construção, manutenção, reabilitação e expansão das infraestruturas rodoviárias”, conforme previsto no Programa Quinquenal do Governo (PQG) até 2029, aprovado em maio, na Assembleia da República.

“Para a implementação das ações previstas no PQG 2025-2029, no domínio das estradas e pontes, estima-se que seja necessário um investimento de cerca de 154 mil milhões de meticais, o que representa um grande desafio em face da atual conjuntura interna e internacional”, reconheceu a primeira-ministra, que pediu ao novo presidente da ANE para “apostar em ações arrojadas para assegurar e implementar projetos estratégicos de estradas e pontes”, num contexto em que é necessário “fazer um uso racional dos poucos recursos” disponíveis.

“A par disso, devem aperfeiçoar os mecanismos de articulação e coordenação com os diferentes intervenientes, incluindo o setor privado e parceiros de desenvolvimento, para capitalizar todas as iniciativas que permitam a captação de recursos para a melhoria da nossa rede viária no país”, apontou.

Na mesma cerimónia, a primeira-ministra deu posse também ao novo presidente da Agência Metropolitana de Transportes de Maputo, Fernando Andela, assumindo que desde o início do mandato do atual Governo, em janeiro, têm sido desenvolvidas “medidas e ações com vista a reforçar e melhorar o transporte público de passageiros” na área da capital “a fim de garantir maior comodidade, segurança e fluidez na circulação de pessoas e bens”.

Entre outras ações em curso, destacou a “introdução de autocarros articulados, do sistema integrado modal que combina os serviços de automotoras com autocarros”, a melhoria da rede rodoviária ou o aumento da capacidade e frequência dos comboios.

“Não obstante estas e outras ações em curso, temos consciência das dificuldades que os munícipes da área metropolitana de Maputo ainda enfrentam em termos de acesso ao transporte, principalmente nas horas de ponta, onde a demanda continua a ser manifestamente superior à oferta deste serviço”, disse, pedindo ao novo presidente daquela agência para “ser criativo e inovador no aprimoramento dos mecanismos de articulação e coordenação com os conselhos autárquicos” na planificação, gestão e coordenação do sistema de transporte público de passageiros da região do grande Maputo.

“Acreditamos que esta abordagem estratégica irá concorrer para que os operadores públicos e privados de transporte urbano de passageiros passem a operar de forma mais estruturada e previsível, podendo, desta forma, responder a padrões, tais como horários regulares, comodidade, segurança rodoviária”, disse, recomendando ainda a concretização de “reformas para melhorar a eficácia dos recursos que o Governo tem vindo a alocar no sistema de transporte público de passageiros para elevar a oferta e a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos”.

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