Londres, 14 jul 2025 (Lusa) – A consultora britânica Oxford Economics considerou hoje que a inflação em Moçambique vai ficar, em média, nos 4,4% em 2025, mas registará um “aumento acentuado” no próximo ano devido à provável desvalorização do metical.
“Devido às escassas reservas cambiais, ao aumento da dívida pública e à sobrevalorização da moeda, prevemos que as autoridades moçambicanas serão pressionadas a desvalorizar a moeda em 2026, pelo que antecipamos um aumento acentuado da inflação em 2026”, escrevem os analistas num comentário à inflação de junho, mês em que subiu 4,15% face ao período homólogo de 2024.
O ligeiro aumento do nível geral de preços para 4,15% “está em linha com a previsão de 4,4% para o total deste ano”, apontam os analistas do departamento africano desta consultora britânica.
No comentário enviado aos clientes, e a que a Lusa teve acesso, a Oxford Economics afirma que “apesar de os preços no consumidor terem disparado no início de 2025 devido à violenta agitação pública que perturbou as atividades económicas, espera-se que a inflação abrande no resto do ano”, ajudada pela tendência de queda nos preços do petróleo que origina transportes mais baratos.
Além disso, acrescentam, o abrandamento da subida dos preços dos alimentos “provavelmente reflete a retoma da atividade económica e a reabertura gradual das cadeias de abastecimento” a seguir à agitação social do último trimestre do ano passado.
O Índice de Preços no Consumidor (IPC) de junho do Instituto Nacional de Estatística (INE) registou uma subida de preços homóloga em junho de 4,15% (4,0% no final de maio e 3,99% em abril), influenciada sobretudo pelas divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas, bem como da de restaurantes, hotéis, cafés e similares, que aumentaram num ano 9,38% e 8,53%, respetivamente.
A inflação acumulada de 2024, segundo dados anteriores do INE, fixou-se nos 4,15%, que compara com os 5,3% de 2023, mas abaixo do pico de quase 13% atingido em julho de 2022.
O Governo prevê que Moçambique feche 2025 com uma inflação em torno de 7%.
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