Moçambique/Ataques: Governo diz que SADC já têm elementos para decidir sobre apoio contra “terrorismo”

Maputo, 10 jun 2021 (Lusa) – O Governo moçambicano disse hoje que os estados da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) já têm toda a informação necessária para decidirem sobre o tipo de apoio na luta contra a violência armada em Cabo Delgado.

“Neste momento, as condições estão criadas para que cada estado membro da SADC diga em que é que pode apoiar o Governo de Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação moçambicano, António Muchave, em conferência de imprensa.

Aquele responsável apontou os resultados da missão técnica da SADC que fez o levantamento das necessidades de Moçambique na luta contra os grupos armados que protagonizam ataques em Cabo Delgado e os resultados das cimeiras e das reuniões ministeriais da organização sobre a violência armada no norte do país como tendo proporcionado um quadro claro sobre os apoios necessários.

“Todas as informações foram disponibilizadas para os estados membros sobre as necessidades que Moçambique tem”, reiterou.

Nesse sentido, prosseguiu, os parceiros regionais estão a avaliar o tipo de ajuda e a decisão final deverá ser tomada na próxima cimeira extraordinária da organização – a realizar em Maputo e a ser agendada até dia 20 de junho, de acordo com as decisões tomadas na última reunião.

Apesar da ênfase na mobilização da SADC, “o combate ao terrorismo é um desafio global”, sendo nessa perspetiva que as autoridades moçambicanas têm mobilizado apoios de outros parceiros internacionais, acrescentou António Muchave.

“O terrorismo é um fenómeno global e o seu combate deve ser tratado de forma a envolver todos aqueles que têm experiência, capacidade, interesse e meios para ajudarem a fazer frente a este fenómeno”, observou.

Grupos armados aterrorizam a província nortenha desde 2017, com alguns ataques reclamados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados de acordo com o Governo moçambicano.

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