
Oito anos após o tiroteio mortal no Centre Culturel Islamique de Québec, apenas um buraco de bala permanece na parede da mesquita como um lembrete permanente da tragédia. Enquanto os líderes comunitários continuam a homenagear a memória dos seis homens muçulmanos assassinados a 29 de janeiro de 2017, cresce a preocupação de que o interesse público na lembrança esteja a diminuir.
Mohamed Labidi, presidente da mesquita, expressou desilusão com a baixa participação nos eventos recentes que visavam promover a união. “Infelizmente, este ano, não houve muito entusiasmo por parte dos nossos irmãos do Quebec, que não atenderam ao nosso convite para as conferências e portas abertas da mesquita”, disse.
Para assinalar o aniversário, foram promovidas vigílias e cerimónias em Montreal e em Quebec City, incluindo um minuto de silêncio, debates sobre a islamofobia e um jantar de cuscuz em memória das vítimas. O primeiro-ministro Justin Trudeau reuniu-se recentemente com as famílias das vítimas, enquanto o presidente da Câmara de Quebec City e representantes federais participaram numa cerimónia pública.
O atirador, que se declarou culpado em 2018, cumpre uma pena de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional durante pelo menos 25 anos.
Entretanto, continuam os debates sobre as leis de secularismo do Quebec, com Labidi a criticar a retórica política, que, segundo ele, alimenta a divisão. Ele insiste que lembrar a tragédia é essencial para garantir que nenhuma comunidade enfrente uma violência semelhante. “Temos o dever coletivo de não esquecer”, afirmou.
