
Rio de Janeiro, Brasil, 08 abr (Lusa) — Manifestações de apoio à detenção do ex-Presidente brasileiro Lula de Silva ou a exigir a libertação deste registaram-se em várias cidades do país no sábado, após o chefe de Estado se ter entregado à polícia para cumprir pena de prisão.
Segundo a agência Efe, as manifestações de pequenos grupos e que não se prolongaram por muito tempo tiveram lugar em cidades como Brasília, a capital, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Fortaleza.
Os grupos de cidadãos que festejaram a prisão de Lula foram maioritários e mais ruidosos, usando as buzinas do carro e, mesmo, lançando fogo-de-artifício.
Em São Paulo, a maior cidade do Brasil, as manifestações centraram-se na zona oeste e nos bairros mais elegantes, assim como no Rio de Janeiro, onde na sua zona turística se ouviram apitos.
Grupos de manifestantes também se concentraram junto à sede da Polícia Federal (PF) em São Paulo, onde o ex-chefe de Estado foi conduzido imediatamente após a sua detenção para os respetivos exames médicos, e em Curitiba, onde ficará preso.
Junto às instalações da PF nas duas cidades a polícia foi obrigada a separar os manifestantes pró e contra a prisão de Lula, tendo-se registado algumas agressões.
O ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva saiu no sábado a pé, rodeado de seguranças, do Sindicato dos Metalúrgicos onde se encontrava desde quinta-feira, em São Bernardo do Campo, no Estado de São Paulo, para se entregar à PF.
Poucos minutos passados das 18:30 (22:30 em Lisboa), terminado o prazo de meia hora que lhe foi dado pela PF para abandonar o edifício onde se encontrava desde que, na quinta-feira, foi decretada a sua prisão, e após uma primeira tentativa de saída impedida pelos apoiantes que cercavam o local, Lula da Silva “saiu andando” e entrou num veículo da PF que o aguardava nas imediações.
Depois de conduzido para a sede da PF em São Paulo, foi levado de helicóptero para o aeroporto de Congonhas, onde embarcou para o Paraná.
Condenado a 12 anos de prisão e um mês por corrupção passiva e branqueamento de capitais, vai cumprir a pena em Curitiba.
A principal mobilização desde que foi ordenada a detenção de Lula da Silva foi, contudo, a que ocorreu em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, local do seu nascimento político e onde aquele que é considerado o líder mais carismático do país estava desde quinta-feira.
Militantes do Partido dos Trabalhadores, de Lula da Silva, membros de sindicatos ou elementos de movimentos como os Sem Teto concentraram-se desde aquele dia.
Segundo a Associação Brasileira de Jornalismo de Investigação, pelo menos seis jornalistas foram agredidos ou ameaçados por simpatizantes do ex-chefe de Estado em São Bernardo do Campo.
Há ainda a registar outros três casos de agressão a repórteres na sexta-feira e um quarto dentro do sindicato no sábado.
Na madrugada de quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal negou um ‘habeas corpus’ apresentado pela defesa de Lula da Silva, que visava evitar a sua prisão antes de se esgotarem os recursos na Justiça.
Na sequência da decisão, o juiz federal Sérgio Moro decretou a prisão de Lula da Silva, de 72 anos, o 35.º Presidente do Brasil (2003-2011).
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