
Paris, 13 nov 2025 (Lusa) – O Presidente francês afirmou hoje que a resposta do país “será intransigente” face a quaisquer atentados terroristas.
“Quando terroristas querem atacar a democracia e a liberdade”, são França e Paris que estão na mira, declarou Emmanuel Macron.
“Infelizmente, ninguém pode garantir que os atentados acabem, mas podemos garantir que, para aqueles que pegarem em armas contra a França, a resposta será intransigente”, salientou, na intervenção na cerimónia de homenagem às vítimas do atentado de 13 de novembro de 2015.
Macron afirmou que a França fez “tudo para conter e para travar” o extremismo e alertou que “está a ressurgir, sob outra forma, interna, insidiosa, menos detetável, menos previsível”.
O Presidente francês garantiu que “tudo será feito para evitar qualquer novo atentado”.
No discurso, descreveu a dor “sem sentido, injusta e insuportável” das vítimas e das famílias das vítimas.
Os ataques terroristas de 2015 foram cometidos por nove homens armados e bombistas suicidas do grupo extremista Estado Islâmico (EI) e causaram mais de 130 mortos e mais de 350 feridos, no Stade de France, em Saint-Dennis, em vários cafés de Paris e na sala de espetáculos Bataclan.
O assalto armado ao Batclan causou 90 mortos.
Na cerimónia estiveram presentes a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, a presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, bem como sobreviventes dos ataques, famílias das vítimas e profissionais que estiveram na linha da frente naquela noite.
Um ecrã gigante foi instalado na Praça da República, permitindo aos parisienses acompanhar a cerimónia no mesmo local onde, há 10 anos, centenas de pessoas se reuniram espontaneamente para manifestar pesar e condolências.
A cerimónia começou com uma versão instrumental de “Hells Bells” dos AC/DC num órgão eletrónico, que se entrelaçou com o toque dos sinos da catedral de Notre-Dame e de outras igrejas da capital francesa.
O título de rock da banda australiana foi tocado no sopé da chamada árvore da justiça, um ulmeiro centenário no centro do Jardim 13 de novembro de 2015, situado na Place de l’Église Saint-Gervais, junto à Câmara Municipal de Paris e à catedral de Notre-Dame.
Minutos antes do início da cerimónia, os sinos de Notre-Dame tocavam em uníssono com os de Saint-Sulpice, Sacré-Coeur, Saint-Germain, Saint-Eustache e outras igrejas de Paris, como símbolo da unidade em memória das vítimas e do choque perante a “magnitude do mal” dessa “longa noite de angústia”, afirmou o arcebispo de Paris, Laurent Ulrich.
O diretor artístico da homenagem, Thierry Reboul, tinha explicado na véspera a meios de comunicação social que o evento foi concebido a partir do que as vítimas gostavam: rock e música anglo-saxónica.
Os espetáculos musicais, incluindo o Coro da Radio France e o Coro da 13.ª, composto por sobreviventes dos atentados e familiares dos mortos, bem como outros espetáculos serão gravados num álbum que estará disponível no final do evento nas plataformas de ‘streaming’ de música e cujos lucros vão reverter a favor das associações das vítimas.
As cerimónias em honra das vítimas dos atentados de 13 de novembro de 2015 começaram hoje com uma homenagem ao português Manuel Dias, a primeira vítima dos atentados.
Os ataques coordenados de 2015, reivindicados pelo EI, foram os mais mortais ocorridos em França desde a Segunda Guerra Mundial.
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