Livre quer resolver problema da habitação mas também “construir cidades”

Porto, 13 set 2025 (Lusa) — Rui Tavares garantiu hoje que o partido Livre não quer “só resolver o problema da habitação”, mas também “construir cidade” com as candidaturas às autárquicas de outubro.

“Sim, a gente quer resolver o problema da habitação. Mas a gente não quer só resolver o problema da habitação. A gente quer construir cidade. A gente quer bairros, praças, ruas, onde seja agradável viver. Sim, a gente quer casas para o povo. Mas pensem mais, pensem maior, pensem melhor: a gente quer palácios para o povo”, desafiou, numa referência ao Mosteiro de São Bento da Vitoria, no Porto, onde se realizou o 16.º congresso do partido.

Num congresso onde foram apresentados alguns dos candidatos aos principais concelhos do país, Rui Tavares pediu às escolhas autárquicas do partido que “nunca desistam de uma ideia por ela parecer ambiciosa demais”.

“Falem dela com os vossos concidadãos, façam-nos sonhar com o jardim, com a biblioteca, com a escola, com a nova rua, com a nova ligação, com a nova cidade que eles e elas podem ter. Não queremos cidades montra só para estrangeiros”, declarou.

No discurso de encerramento, desejos melhores condições nas escolas públicas e mais espaços verdes na cidade mereceram a atenção do líder do Livre, que deixou críticas a alguns candidatos autárquicos.

“Nós queremos limpar as ruas, mas nós queremos ter arte nas ruas. Nós não queremos, certamente, erradicar bairros e erradicar pessoas. Repugna-nos que essa possa ser a linguagem utilizada por muitos candidatos políticos, até de partidos que são fundadores da política em Portugal, da democracia em Portugal. Partidos que têm muito claramente nos seus estatutos a defesa da dignidade humana, mas que não dizem um piu quando um candidato ou uma candidata sua defende a erradicação de bairros”, considerou, numa referência à candidatura do PSD à Câmara da Amadora, encabeçada por Suzana Garcia.

A Norte, Rui Tavares disse querer bairros com cultura e criticou que no Porto existam bairros “que estão ao lado de Serralves, mas cortados de Serralves”, numa referência aos bairros de Pinheiro Torres e da Pasteleira, na zona mais ocidental da cidade.

“Nós ficaremos contentes quando um miúdo da Pasteleira for curador em Serralves, for diretor do MoMA em Nova Iorque, porque nós não nos satisfazemos com pouco”, disse.

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